Jovem espancado e roubado em bloco no Rio: “Pode ter sido homofobia”
Hugo Melo foi espancado por quatro homens na saída de um bloco de Carnaval na Lapa. Ele teve múltiplas lesões e a polícia investiga o caso
atualizado
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Rio de Janeiro – Um jovem foi assaltado e espancado por quatro homens na saída de um bloco de Carnaval na Lapa, região central do Rio. Ao Metrópoles, Hugo Melo, de 24 anos, disse que pode ter sido vítima de homofobia. A Polícia Civil investiga o caso.
Hugo teve o braço, o ombro e a bacia quebrados, levou 11 pontos nos lábios, quatro na sobrancelha, ficou com um olho roxo e perdeu um dente. Na próxima semana, ele passará por uma cirurgia no cotovelo.
Na madrugada do último dia 21/4, por volta das 4h, quando saía sozinho de um bloco na Lapa, o jornalista, que está internado no Hospital Federal do Andaraí, contou ao Metrópoles que não lembra se houve abordagem, ou alguém anunciando um assalto. A única recordação do jovem é ouvir alguém falando “chuta, chuta”.
“Fui brutalmente agredido, ainda não sabemos se foi assalto ou também homofobia, mas quatro homens me bateram e levaram tudo que eu tinha, por pouco não perdi a vida. Levaram todos os meus cartões e no aplicativo de um dos bancos, por volta das 4h50, tinha uma compra feita por eles”, disse Hugo à reportagem.
Sem saber como chegou em casa, o jovem conta que estava sozinho na rua, não lembra de ninguém oferecendo ajuda e não se recorda do rosto dos criminosos.
“Eu lembro de serem quatro homens, não lembro do rosto, acho que um deles estava de camisa branca, não tenho certeza, mas não lembro de nenhuma característica. Se me mostrar foto de cinco pessoas e dizer que um deles estava no dia, eu não vou saber dizer”, conta a vítima.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil disse que as investigações estão em andamento na 5ª DP, Mém de Sá. Os agentes estão em busca de imagens de câmeras de segurança que registraram a ação e realizam outras diligências para esclarecer o caso.
“Eu só lembro de estar na porta de casa, tentando falar com a minha mãe, tentando entrar. O taxista disse a ela que tentou me levar ao hospital, mas não me recordo. Não lembro de passar meu endereço, nem de nada desse trajeto”, disse Hugo.
O rapaz também está fazendo tratamento com uma psicóloga de duas a três vezes por semana após o trauma.
“Não fui a primeira e, infelizmente, não serei a última vítima dessa violência no Rio de Janeiro. Nunca imaginei passar por uma coisa dessa, mas esse dia chegou. Foi tão brutal que eu poderia ser mais um número, mais uma estatística se eu tivesse desmaiado, caído por ali”, disse Hugo.
Com medo e aguardando cirurgia, o rapaz afirmou que se recupera bem e, logo no primeiro dia, após conversar com a mãe, começou a achar que poderia ter sido vítima de homofobia.
“Pode ter sido sim, até porque eu não tentei revidar, reagir ao assalto, não falei nada. Não lembro deles terem falado alguma coisa comigo, mas como foi tão bruto, tão violento, nada justifica esse ódio. Não sei se foi só um ódio gratuito ou se tem algo por trás disso”, relatou.
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