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Jovem baleada por PRFs não terá sequelas permanentes, dizem médicos

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil na véspera de Natal, durante ação da PRF

atualizado

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Montagem com fotos coloridas da jovem Juliana e do carro da família com marcas de tiro - Metópoles
1 de 1 Montagem com fotos coloridas da jovem Juliana e do carro da família com marcas de tiro - Metópoles - Foto: Reprodução

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), enquanto a família ia para uma ceia de Natal, na noite do dia 24 de dezembro, está “sem sinais de sequelas permanentes irreversíveis”, afirma o último boletim médico sobre o estado de saúde da jovem.

Divulgado nesse domingo (5/1), o documento ainda afirma que Juliana respira sem necessidade de ventilação mecânica e tem boa interação com o ambiente e as pessoas.

Leia o boletim médico na íntegra:

“A Prefeitura de Duque de Caxias, através da Secretaria Municipal de Saúde e direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), informa que a paciente Juliana Leite Rangel, 26 anos, internada na unidade desde 24/12/2024, vítima de lesão por arma de fogo (PAF) na região do crânio, segundo o boletim médico desta segunda-feira (06/01/2025), apresenta bom estado geral, hemodinamicamente estável e mantendo melhora progressiva a cada dia.

A direção do HMAPN informa ainda que a mesma segue respirando através da traqueostomia, em ar ambiente, acordada, interagindo com o examinador, respondendo a comandos e mobilizando os 4 membros.

O suporte da ventilação mecânica foi totalmente retirado de maneira definitiva, realizando fisioterapia respiratória sem auxilio de aparelhos. Do ponto de vista neurológico, paciente vem progredindo o nível de consciência, sem novos déficits, com melhora clínica e laboratorial mantidas.

Está recuperando as funções motoras e cognitivas, sem sinais de sequelas permanentes irreversíveis, já sendo iniciado processo de reabilitação. Esse processo de reabilitação psicomotora seguirá de acordo com a tolerância da paciente.

A paciente segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia, psicologia, em conjunto com equipe multidisciplinar. Sem previsão de alta do CTI”.

Ao Metrópoles, Dayse Rangel, mãe de Juliana, afirmou estar muito feliz com a recuperação da filha. “Muita benção e muita oração! Cada coisa que ela faz, mesmo que seja pequena, a gente comemora!”, conta. A jovem se recupera bem e interage com o olhra e com a cabeça, já conseguindo mover de leve as mãos, de acordo com Dayse.

Ainda de acordo com a mulher, Juliana não se lembra de nada que aconteceu na noite em que foi baleada por agentes da PRF. “A gente pergunta se ela lebra de alguma coisa e ela sinaliza que não [com a cabeça].”

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Jovem estava no carro junto com a família no Rio de Janeiro
Vídeo feito após a ação mostra reação de familiares da vítima
Juliana (esq.) com a mãe Dayse (dir.)
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Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada em uma abordagem da PRF

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Jovem estava no carro junto com a família no Rio de Janeiro

Reprodução/TV Globo
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Vídeo feito após a ação mostra reação de familiares da vítima

Reprodução/Redes sociais
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Juliana (esq.) com a mãe Dayse (dir.)

Arquivo pessoal

Relembre o caso

Na noite de véspera de Natal, 24 de dezembro, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, junto com o pai, a mãe, o irmão e a cunhada, seguia até a casa de uma das irmãs para a ceia. Entretanto, ao passar pela rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, todos foram surpreendidos por policias rodoviários federais, que efetuaram disparos de arma de fogo contra o carro da família.

Juliana foi atingida por um tiro de fuzil na nuca e o pai, da Silva Rangel, na mão. De acordo com a mãe de Juliana, Dayse Rangel, de 49 anos, os PRFs Camila de Cassia Silva Bueno, Leandro Ramos da Silva e Fábio Pereira Pontes, envolvidos na abordagem, acusaram a família de estar atirando contra a viatura. Porém, ao perceber a aflição de Dayse, os policiais teriam se desesperado.

“Eles pegaram a minha filha e botaram a mão na cabeça, se jogaram no chão e começaram a bater no chão, ficaram andando de um lado para o outro, vendo a merda que fizeram com ela. Eles nem para socorrer a minha filha. Eles não socorreram”, relembra Dayse.

Juliana foi socorrida por policias militares que passavam no local e levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, onde segue internada em estado gravíssimo.

Ao Metrópoles, a mãe de Juliana relatou que os policiais atiraram contra a família para matar e que era para todos que estavam no carro terem morrido. “Era para a gente estar todo mundo morto. Eles já deram tiros para matar todo mundo, cara. Te juro, eles alvejaram o carro, a gente abaixou, mas ela não abaixou. O tiro pegou na nuca dela”, relatou.

Segundo a mãe, os policiais, em nenhum momento, pediram para o carro da família parar.

Os policiais foram afastados das atividades operacionais por um período de 30 dias e serão investigados pelo Ministério Público Federal (MPF).

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