Jovem abre carro de guarda civil por engano, é baleado e morre em SP
Agente disse que reagiu por achar que seria assaltado; ele foi preso após apresentar versões conflitantes sobre crime na porta de faculdade
atualizado
Compartilhar notícia
Um jovem de 19 anos foi morto por um guarda municipal à paisana momentos após sair da faculdade na noite de terça-feira (27/9). O crime ocorreu na região central de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
No depoimento, o agente Marcelo Antônio de Oliveira Júnior alegou que efetuou o disparo porque achou que seria assaltado. Ele foi preso em flagrante por homicídio, após familiares da vítima e guardas civis que atenderam a ocorrência darem versões diferentes sobre o ocorrido.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, guardas civis metropolitanos foram acionados ao local para prestar apoio à ocorrência e encontraram a vítima caída no chão. O autor dos disparos relatou que estava em seu carro quando o jovem se aproximou e tentou abrir a porta do passageiro. Por suspeitar de uma tentativa de roubo, atirou contra o rapaz.
De acordo com informações do G1, a mãe da vítima relatou que o filho, Lucas Costa Souza, estudava administração de empresas no Senac, desde julho, e o pai sempre o buscava à noite com o carro da família, um veículo vermelho com vidros escuros. No dia do crime, ela avisou o jovem que havia acabado a gasolina no meio do percurso e orientou que ele aguardasse no ponto de ônibus.
Momentos depois, Lucas abriu a porta do passageiro de outro carro, também vermelho, com vidros escuros, conduzido pelo guarda civil. Marcelo, então, atirou contra o rapaz achando que seria assaltado. O jovem chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
A mãe do rapaz acredita que o filho confundiu o carro do guarda civil com o do pai e afirmou que Lucas era tímido, nunca havia andado de ônibus e não agrediria ninguém.
Versão conflitante
O guarda civil alegou à polícia que parou no semáforo e notou a presença de um rapaz vindo na direção contrária. Depois, esse mesmo jovem teria aberto a porta onde a mãe de Marcelo estava sentada e falado “vai”, fazendo menção de estar armado.
Com isso, o guarda sacou a arma de fogo e disparou dois tiros contra o jovem.
Ainda segundo o registro, o agente relatou que o rapaz correu e ele conseguiu detê-lo próximo ao ponto de ônibus. O jovem então teria jogado algo no gramado, que ao chegar ao local, o guarda teria identificado como um simulacro de arma de fogo.
Marcelo continua o relato afirmando que recolheu o simulacro porque acreditou que poderia haver algum comparsa na área e entregou réplica para um guarda civil que foi acionado para o atendimento da ocorrência.
No entanto, as versões apresentadas pelo agente que recebeu o simulacro e outro guarda civil que também estava na ocorrência contradizem o relato de Marcelo.
Ainda segundo o boletim, o suspeito disse, informalmente, que daria outra versão excluindo o simulacro da cena do crime.
Diante das divergências, o guarda civil acusado foi preso em flagrante para a apuração da polícia. A arma dele e o simulacro foram apreendidos. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de São Bernardo do Campo.