José Dirceu se entrega, faz exame no IML e vai para a Papuda
A prisão dele foi determinada na quinta-feira (17/5) pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR)
atualizado
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O ex-ministro José Dirceu deixou sua residência, no Sudoeste, por volta das 13h50 desta sexta-feira (18/5) para se entregar à Polícia Federal. A prisão dele foi determinada na quinta (17) pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). O ex-todo-poderoso do governo Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
O petista fez o percurso no banco de trás de um Toyota Corolla de cor prata até o Instituto Médico Legal (IML), onde realizou exame de corpo de delito. Depois, segundo o advogado dele, Ricardo Podval, Dirceu seguiu diretamente para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Apesar de ter até as 17h desta sexta (18) para se apresentar, ele preferiu adiantar o processo. Na frente da PF, um grupo de militantes petistas fazem manifestação em repúdio à detenção. Com apitos e gritos de guerra, os apoiadores seguram cartazes com os dizeres “Lula e Dirceu livres” e “Juntos com Dirceu livre”.
Condenado em segunda instância na Lava Jato, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-chefe da Casa Civil teve negados os embargos de declaração contrários aos embargos infringentes já rejeitados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.
Ainda na noite de quinta (17), Dirceu enviou mensagem, por meio de grupo de WhatsApp, agradecendo amigos e apoiadores pela “gratidão e solidariedade de sempre”. “Vamos continuar nossa luta. Só vou mudar de trincheira. Juntos, vamos vencer, derrotar o arbítrio, retomar o governo do país e restaurar a democracia”, destacou.
José Dirceu estava solto desde maio de 2017, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O político foi preso em agosto de 2015, depois de ter sido condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, em primeira instância, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de corrupção da Petrobras.
O político teve nova condenação, também por Moro, em maio de 2016: 20 anos e 10 meses de prisão – sentença confirmada pelo TRF-4 em 26 de setembro do ano passado. A Corte, contudo, aumentou a pena para 30 anos e 9 meses de reclusão.
O ex-ministro é acusado de receber mesada repassada pelo lobista Milton Pascowitch. Segundo a acusação, a empreiteira Engevix pagava propina por meio de contratos fictícios feitos com a JD Consultoria, empresa de Dirceu, em troca de acordos com a Diretoria de Serviços da Petrobras.