Joice Hasselmann ironiza pedido de impugnação de sua filiação ao PSDB
Dirigente tucano diz que pelo menos seis filiados pediram para barrar a entrada da deputada no partido
atualizado
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São Paulo – A deputada federal Joice Hasselmann (sem partido-SP) culpa o presidente municipal do PSDB na capital paulista, Fernando Alfredo, pelo movimento de tucanos que tentam impugnar sua filiação o partido. Ela ironizou a tentativa de evitar seu ingresso na agremiação partidária.
“Isso é coisa de um menino com dor de cotovelo. Não fui convidada por ele. Fui convidada pelos presidentes nacional e estadual do PSDB, respectivamente Bruno Araújo e Marco Vinholi, e também pelo governador João Doria. Minha disputa é para Câmara Federal. Ele devia estar cuidando da próxima eleição municipal ao invés de tentar – às minhas custas – ter um espacinho na imprensa. Minha preocupação com isso é ZERO”, afirmou a deputada em nota.
Questionada pelo Metrópoles, Joice informou que “ele” é Fernando Alfredo, o presidente municipal do PSDB em São Paulo. Ao ser procurado para falar sobre a reação da deputada, Alfredo afirmou à reportagem que pode acioná-la na Justiça por fazer nota em referência a ele.
“Se ela estiver fazendo nota referindo-se a mim, eu vou tomar uma atitude na Justiça comum”, afirmou ao Metrópoles.
O tucano avalia que ela o responsabiliza porque ele sempre foi ligado ao ex-prefeito Bruno Covas, morto em maio de 2021.
“Ela lembra das coisas que ela falava e pode achar que tem algum ressentimento da minha parte. Eu não assino nenhum pedido de impugnação. Meu papel é só fazer seguir o estatuto do partido”, acrescentou o dirigente tucano.
Um grupo de seis tucanos de São Paulo encaminhou pedidos de impugnação da filiação de Joice ao PSDB, fazendo referência aos ataques que ela fez contra Bruno Covas durante a disputa eleitoral de 2020, quando ambos concorreram à Prefeitura de São Paulo e Covas saiu vitorioso.
Joice assinou sua filiação ao PSDB neste mês, mas ainda não consta como filiada ao partido no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O site da Justiça Eleitoral informa que ela se desfiliou do União Brasil no dia 23 de março.
Fizeram pedidos de impugnação tucanos históricos como a presidente do secretariado de mulheres do partido na capital paulista, Cidinha Almeida, e a presidente do núcleo cristão do partido na capital paulista, Carolina Gonçalves. Tião Farias, ex-braço-direito do governador Mário Covas, avô de Bruno, também enviou um pedido de impugnação.
De acordo com Alfredo, os pedidos de impugnação vão ser discutidos em reunião do diretório municipal, que poderá decidir por barrar sua filiação. Caso ela pretenda, ainda assim, se filiar e seja barrada, poderá recorrer ao diretório estadual e eventualmente ao diretório nacional, de acordo com o cacique tucano.
“Quem pede a impugnação critica o histórico dela, tudo o que ela falou sobre Bruno e sobre João Doria. A história dela é bem conturbada”, afirmou Alfredo.
O dirigente tucano diz que também houve pedidos distintos para impugnação da filiação do advogado Diogo da Luz, que foi candidato ao Senado pelo Partido Novo em 2018, e que teria feito comentários ofensivos a Covas e ao governador João Doria.