Joice contradiz Bolsonaro e sugere limpeza no governo: “Uma peneirada”
Líder governista afirmou que recebe todas as mensagens do presidente, mas diz não recebido nenhum texto que ele teria enviado por Whatsapp
atualizado
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A líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann (PSL-SP), contradisse, nessa segunda-feira (20/05/2019), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ao falar que ele não teria enviado, via Whatsapp, o texto de “autor desconhecido” que trata das dificuldades que estaria enfrentando para governar. Neste sábado (19/05/19), o próprio Bolsonaro afirmou que teria feito o repasse da mensagem. “O texto? Pergunta para o autor. Eu apenas passei para meia dúzia de pessoas”, disse o presidente, em frente ao Palácio da Alvorada.
A líder do governo, no entanto, acredita que quem viralizou o texto é um integrante do governo que recebeu em particular a mensagem e quis atrapalhar os trabalhos de Bolsonaro. “Eu não recebi o texto e eu recebo todos os textos que o presidente encaminha, textos que podem ser divulgados ou não. A Secom (Secretaria de Comunicação) daqui não recebeu, os ministros não receberam”, assegurou a líder.
Joice afirmou que, caso uma pessoa específica tenha repassado o texto enviado pelo presidente, a ação seria “no mínimo mau-caratismo” e sugeriu uma “peneirada” no governo para tirar quem não está ajudando”.
“A gente tem que ver quem está ajudando e quem está indo contra o pais. É fazer essa peneirada para que a gente possa seguir em frente e tocar esse Brasil”, completou. Questionada sobre quem estaria indo contra o governo, a líder disse que já tem vários nomes em mente, embora prefira não revelá-los. “Quem não ajuda, atrapalha”, disse, repetidamente.
Figuras em órbita
Joice ainda afirmou que tais integrantes do governo também estariam emperrando as articulações do executivo com o Congresso. “Nós temos outras figuras aí em órbita, que não é o presidente da República, que tem feito ataques àqueles que podem ser nossos aliados. Então, não é o presidente que tem feito um discurso beligerante nesse momento”, completou.
A líder defendeu que uma rotina de conversas é a base para conseguir uma boa articulação com os parlamentares. “Não se consegue aliados maltratando pessoas”, ressaltou.
Derrrotas
Sem força com o Legislativo, nas últimas semanas, os parlamentares impuseram mais uma derrota ao governo com a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar o contingenciamento na pasta.
Além disso, o presidente da Comissão Especial que analisa a reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), chegou a indicar um texto alternativo ao proposto por Bolsonaro, para que a Previdência tenha a cara do Parlamento, e não a do Executivo.