“Jogar um golzinho no banho de sol”, ironizou militar sobre prisão
Troca de mensagens exposta em relatório da Polícia Federal mostra que um dos indiciados ironizou possibilidade de prisão de militares
atualizado
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Em trocas de mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF), dois indiciados por envolvimento na trama para decretar um golpe de Estado no país ironizavam a possibilidade de prisão. “Já dá pra jogar um golzinho no banho de sol”, afirmou tenente-coronel Ronald Ferreira.
Segundo o relatório final da investigação da trama golpista, a troca de mensagens entre coronel Sergio Cavaliere e Ronald se dá no contexto da confecção e divulgação da denominada Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro, que tinha teor antidemocrático.
Em 26 de novembro de 2022, os dois discutiam a captação de assinaturas de militares para a carta. Nesse momento, Ronald manda a Sergio uma montagem em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aparece com um pênis no topo da cabeça. “Vamos ser presos por ele”, diz o militar, em referência ao ministro.
Momentos depois, após Sergio citar o nome de militares que teriam aderido à carta, Ronald afirma que “já dá pra jogar um golzinho no banho de sol”, em referência ao número de jogadores necessários para um jogo de futebol, na hipótese de que fossem presos.
“O arcabouço probatório demonstra também o que o Tenente-Coronel RONALD FERREIRA atuou na propagação e coleta de assinaturas de militares para a Carta com teor antidemocrático”, concluiu a PF.
Vale destacar que os indiciados pela PF negam participação na trama para decretar um golpe de Estado.
O relatório final da PF foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, a procurador Paulo Gonet avaliará o material e decidirá se oferece denúncia contra os 37 indiciados. Entretanto, ele pode pedir novas diligências ou mesmo arquivar as denúncias.
O relatório final das investigações narram uma trama para decretar um golpe de Estado nos meses finais de 2022, a fim de impedir que o então candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse a Presidência da República e assim manter Jair Bolsonaro no cargo.
