Jogador corre risco de ficar paraplégico após acidente de ônibus em MG

A família do jovem atleta Cauã Vicente, de 16 anos, pede ajuda nas redes sociais para arcar com os gastos financeiros necessários para acompanhar o tratamento do jogador de futebol, ferido no acidente em que um ônibus caiu de uma ponte, em Além Paraíso (MG), na madrugada dessa segunda-feira (30/1).

Cauã é atleta do time de futebol juvenil Esporte Clube Vila Maria Helena, de Duque de Caxias (RJ), e estava dentro do veículo que transportava os jogadores e a equipe técnica do time. Ele sobreviveu ao acidente, mas sofreu duas lesões graves na coluna e pode ficar paraplégico.

O cunhado do adolescente, Juliano Soares, afirmou que ele, a mãe do jovem e a irmã precisaram viajar do Rio de Janeiro até a cidade de Muriaé (MG), onde o atleta está internado, no hospital São Paulo.

Os familiares de Cauã precisam de ajuda para arcar com os custos da estadia da família — alimentação, hospedagem, combustível, e cuidados pós-hospitalares. O jogador está internado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Ainda não temos previsão de quanto tempo vamos ficar, o custo pode ser alto. O Cauã está consciente, mas o estado dele é delicado”, explicou Juliano, ao Metrópoles.

A família preferiu não contar ao jovem ainda que ele ficou paraplégico, para preservá-lo emocionalmente para os procedimentos que ainda serão realizados. O jovem fez uma cirurgia na medula, na tarde dessa terça-feira (31) e, após a recuperação, passará por outra intervenção cirúrgica, na coluna cervical.

“Pelo diagnóstico que temos hoje, o médico disse que com o tempo, com muita fisioterapia, pode ser que ele volte a movimentar as pernas. Mas dificilmente ele vai voltar a andar”, lamenta Juliano.

Familiares souberam do acidente por grupo de WhatsApp

Segundo o relato, a mãe do jovem recebeu a notícia do acidente por volta das 6h da manhã, no grupo de Whatsapp que reunia os familiares dos atletas.

“Eles avisaram que o ônibus tinha caído da ponte, e que algumas crianças não tinham dado notícia. Chegamos a pensar no pior, porque quando soubemos da notícia não sabíamos onde ele estava”, conta Juliano.

A família partiu rumo a Além Paraíba, local do acidente. Na maior parte do caminho, eles não sabiam se o jovem tinha sobrevivido, tampouco tinham notícias do estado de saúde dele. “Logo que ficamos sabendo da queda do ônibus, eu peguei meu carro em Madureira (RJ), busquei a minha sogra em Nova Campinas (SP), onde ela mora, e viemos de carro para Minas Gerais”.

Eles então foram informados que Cauã tinha sido encaminhado para a Casa Leopoldina, na cidade vizinha, e pouco tempo depois transferido para o hospital São Paulo, em Muriaé. O deslocamento ocorreu porque Leopoldina não tinha recursos suficientes para a cirurgia, por falta de um médico neurologista.

“Chegando aqui, encontramos ele lúcido, mas imobilizado. Ele teve uma lesão na medula, na altura da caixa torácica, e outra na coluna cervical, na altura do pescoço. Ele fez a primeira cirurgia agora à tarde, e vamos aguardar a recuperação dele para fazer a segunda cirurgia”.

A família está recebendo doações para arcar com os gastos financeiros via Pix, no nome de Juliano. Quem puder ajudar, pode enviar a quantia para a seguinte chave celular: 21964470398.

O acidente

O ônibus que transportava o time de futebol juvenil caiu de uma ponte na madrugada desta segunda-feira (30/1) e deixou ao menos quatro mortos e 29 feridos na BR-116, entre os municípios de Leopoldina e Além Paraíba, no interior de Minas Gerais (MG).

O ônibus transportava atletas da equipe juvenil, com idades entre 14 e 18 anos, além da comissão técnica. O Vila Maria Helena sagrou-se campeão da Copa Nacional Ubaporanga.

Um dos sobreviventes do acidente do ônibus que transportava um time juvenil de futebol e caiu de uma ponte afirmou que “o motorista estava correndo muito”.

“Vínhamos dizendo que a viagem estava estranha, porque o motorista estava correndo muito em todas as curvas”, disse o goleiro Pedro Augusto, 16 anos.

Segundo os bombeiros, o ônibus caiu despencou de uma altura de quase 10 metros, de cima da ponte sobre o Rio Angu. Após a queda, por volta das 2h51 de segunda-feira (30/1), o veículo capotou e parou de cabeça para baixo próximo a um riacho. A causa do acidente ainda está sendo investigada.