“Jogada como lixo”, diz mãe que encontrou filha transexual morta em GO
Mulher, que preferiu não se identificar, narrou o momento em que achou, por acaso, o corpo de Emanuelle Muniz, 21 anos, às margens da BR-060
atualizado
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A mãe da transexual Emanuelle Muniz, de 21 anos, contou como achou, por acaso, o corpo da filha, que foi morta após ser sequestrada em Anápolis, a 55 km de Goiânia (GO). A mulher, que preferiu não se identificar, narrou o momento em que viu o cadáver abandonado às margens da BR-060, em um trecho de terra na zona rural da cidade.
“O jeito, a situação da milha filha. Jogada feito lixo. Ela não é lixo”, disse, emocionada, à TV Anhanguera. Emanuelle foi morta a pedradas após ser vítima de sequestro, quando saía de uma boate.
O delegado Cleiton Lobo, do Grupo de Investigação de Homicídios de Anápolis (GIH), contou que mãe e filha estavam em uma festa. Por volta da 1h de segunda-feira (27/2), as duas decidiram pegar uma carona na porta do local. No entanto, ao notarem que o veículo estava lotado e que apenas uma poderia ir, a mãe tentou puxar a filha do carro, mas não conseguiu. O veículo partiu em alta velocidade com Emanuelle dentro.
Por volta das 7h de segunda, a mãe da jovem trafegava pela BR-060 com uma amiga à procura da filha, quando o pneu do carro em que ela estava furou. “Quando saiu do veículo para trocar o pneu com a amiga, encontrou o corpo de Emanuelle a poucos metros e ficou desesperada. Imediatamente, acionou a Polícia Militar”, relatou o delegado ao G1.
Além da filha, a mulher avistou outra pessoa às margens da pista: um homem que estava inconsciente. Ele foi levado ao Hospital de Urgências de Anápolis. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.
As investigações preliminares apontam que Emanuelle teve o celular levado pelos bandidos. Apesar disso, o delegado afirma que preconceito de gênero pode ter motivado o crime. “A princípio, (o caso) é tratado como latrocínio (roubo seguido de morte), mas não descartamos qualquer outra hipótese. Inclusive, que tenha sido um homicídio motivado por ódio de gênero”, comentou.
“Ela era uma transexual com traços femininos, tinha seios, mas ainda não tinha feito cirurgia de mudança de sexo. A gente ainda não tem informação se eles sabiam ou não que ela era transexual e se isso foi um fator que motivou o sequestro e o crime”, completou o delegado Cleiton Lobo. Ele contou que a pedra utilizada no crime foi encontrada perto do corpo de Emanuelle.