metropoles.com

João Doria inaugura museu ao ar livre e posa de grafiteiro

Após a polêmica que causou por apagar murais em São Paulo, prefeito faz as pazes com grafiteiros botando ele mesmo a mão na tinta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Bruno Rocha/Estadão Conteúdo
JOAO DORIA INAUGURA PRIMEIRA ETAPA DO MAR
1 de 1 JOAO DORIA INAUGURA PRIMEIRA ETAPA DO MAR - Foto: Bruno Rocha/Estadão Conteúdo

Nos primeiros dias de sua gestão, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), apagou pichações e murais na Avenida 23 de Maio, e iniciou polêmica com artistas de rua. Quem diria que, neste domingo (28/5), ele teria um dia de grafiteiro.

A estreia de Doria na arte de rua ocorreu num muro da Rua Doutor Moacyr Vaz de Andrade, na Vila Gustavo, zona norte paulistana. Ali foi inaugurada a primeira área do Museu de Arte de Rua (MAR), projeto da Secretaria Municipal de Cultura que selecionou grafiteiros para colorir muros públicos.

Vestindo máscara, luvas pretas e camiseta do patrocinador da ação, uma marca de tintas, o prefeito empunhou um spray de cor vermelha para iniciar seu primeiro desenho. Ele pintou um grande coração, remetendo ao símbolo de um de seus projetos mais conhecidos: o São Paulo Cidade Linda.

“J.Doria / Grafite é Arte”
A calça jeans e o sapatênis, que costumam compor o look do gestor nas agendas mais informais, não o impediram de subir em uma escada para terminar a criação e inserir acima do coração as letras S e P. Ao “assinar” a obra, o prefeito fez questão de mostrar que o conflito com os artistas de rua ficou no passado. Na mesma parede, deixou registrada a inscrição “J.Doria / Grafite é Arte”.

Ao lado dele, jovens grafitavam 10 murais. Ao contrário do prefeito, a maioria não estava preocupada com o cheiro da tinta ou em sujar as mãos — trabalhavam com o rosto e os braços descobertos.

Desenhos de animais e pinturas que remetem à miscigenação brasileira e valorizam a cultura hip-hop foram algumas das temáticas. A única regra imposta aos grafiteiros no edital municipal que criou o MAR era que os desenhos não tivessem apologia a práticas ilícitas, como violência e uso de drogas.

Museu democrático
“Esse é o primeiro Museu de Arte de Rua. Foram os grafiteiros que escolheram (a área), assim como todas as demais áreas (que receberão o museu). A escolha é deles, a arte é deles e o que escolherem e onde escolherem, a Prefeitura viabiliza e o museu é implementado e passa a ser um ponto de visitação na cidade”, declarou Doria.

O primeiro edital do MAR levará pinturas para outros sete endereços. Cada coletivo de artistas selecionado vai receber entre R$ 10 mil e R$ 40 mil, dependendo do tamanho do muro e do número de grafiteiros envolvidos. Despesas com tintas e cachês dos muralistas serão pagos pelo patrocinador.

Os grafiteiros presentes no primeiro MAR pareciam ter deixado no passado o conflito que tiveram com o prefeito no início da gestão. Autor de um dos desenhos apagados na 23 de Maio, o grafiteiro Deley, de 18 anos, por exemplo, estava entre os artistas que pintavam o muro da zona norte neste domingo.

“Na época, achei que (apagar os grafites) foi uma falta de respeito e de diálogo, mas decidi participar do projeto porque considerei que é uma oportunidade para mostrar o valor da arte”, disse Deley.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?