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João de Deus: denúncias podem ser feitas por e-mail e em embaixadas

Força-tarefa da PCGO vai investigar casos que forem registrados em outros estados e também no exterior

atualizado

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Joao de Deus em atendimento
1 de 1 Joao de Deus em atendimento - Foto: Divulgação

Enviada especial a Goiânia (GO) – A Polícia Civil de Goiás tem dois inquéritos abertos para investigar denúncias contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus. Um é de 2016. Outro foi instaurado em meados deste ano. “Após o caso vir à tona, outras duas denúncias chegaram às delegacias do estado. Ambos ocorreram em Goiânia (GO). As vítimas relatam algum tipo de abuso durante as consultas com o religioso”, disse a delegada Marcella Orçai, coordenadora de Comunicação Social da corporação.

Assim como o Ministério Público, a Polícia Civil terá uma força-tarefa para investigar as acusações de abuso sexual durante consultas espirituais em Abadiânia (GO), cidade localizada a cerca de 100km do Distrito Federal. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10/12), a delegada explicou que a equipe que está à frente dos casos vai se reunir às 17h desta tarde para definir as diretrizes norteadoras dos trabalhos.

Participarão do primeiro encontro, além do delegado-geral da PCGO, André Fernandes, o superintendente da corporação, o chefe da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), responsável pelos inquéritos, e da Unidade de Proteção à Criança e ao Adolescente, além de psicólogas.

A delegada fez questão de ressaltar que as ocorrências podem ser registradas em todos os estados. “Posteriormente, as investigações chegarão à Deic. Com relação ao exterior, as denúncias podem ser feitas na Embaixada brasileira de cada país, para que chegue até nós”, assinalou Marcella Orçai.

A medida pode ajudar as estrangeiras que tenham sido abusadas. João de Deus atende, mensalmente, 10 mil pessoas. A maioria de fora do país. Em Abadiânia, entre os idiomas mais ouvidos, estão francês e inglês. A defesa do médium nega todas as acusações de abuso sexual.

O MP de Goiás também montou uma força-tarefa, com quatro promotores, além de psicólogos e médicos, para investigar os casos. As promotorias das outras cidades poderão colher os depoimentos, mas os processos serão todos instaurados em Goiás.

“É importante que as vítimas se sintam encorajadas a denunciar, mesmo que o abuso tenha ocorrido há muito tempo. Isso tem de vir à tona para que os crimes sejam devidamente apurados”, afirmou a promotora Patrícia Otoni, uma das coordenadoras do grupo. O MP de Goiás não descarta a possibilidade de pedir o fechamento da Casa Dom Inácio de Loyola.

Denuncie:
O MP criou um e-mail para que as vítimas se sintam à vontade para fazer seus relatos: denuncias@mpgo.mp.br.

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