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João de Deus: após prisão, defesa diz que ordem judicial é “temerária”

Em nota ao Metrópoles, advogados disseram ter recebido notícia com “espanto” e que vão recorrer contra determinação da comarca de Abadiânia

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Imagem colorida mostra o médium João de Deus, de Goiás, condenado por crimes sexuais - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o médium João de Deus, de Goiás, condenado por crimes sexuais - Metrópoles - Foto: Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

Goiânia – A defesa de João Teixeira de Faria, de  79 anos, conhecido como João de Deus, disse nesta quinta-feira (26/8), que ordem judicial que determinou a prisão dele é “temerária” e “atropelou conscientemente” a decisão proferida anteriormente pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) que concedeu prisão domiciliar ao condenado por crimes sexuais. Ele foi preso em Anápolis, a 60 quilômetros de Goiânia.

A Vara Criminal da comarca de Abadiânia expediu novo mandado de prisão após o Ministério Público de Goiás (MPGO) apresentar, no último dia 13 de agosto, a 15ª denúncia contra João de Deus e acusá-lo de estupro contra mais oito mulheres. Os crimes teriam ocorrido na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, entre 1986 e 2017.

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Mais de 320 vítimas de João de Deus já procuraram o MPGO
Ele foi preso em dezembro de 2018 e permaneceu na prisão até março de 2020, quando passou a cumprir pena em regime domiciliar, em Anápolis
Casa em que João Teixeira de Faria, o João de Deus, cumpre prisão domiciliar
Residência de João de Deus, em Anápolis, tem forte aparato de segurança
Ele obteve a prisão domiciliar depois de ser internado várias vezes. A defesa alegou, ainda, a pandemia de Covid-19 como agravante
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João de Deus responde a centenas de acusações por abuso sexual

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Mais de 320 vítimas de João de Deus já procuraram o MPGO

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Ele foi preso em dezembro de 2018 e permaneceu na prisão até março de 2020, quando passou a cumprir pena em regime domiciliar, em Anápolis

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Casa em que João Teixeira de Faria, o João de Deus, cumpre prisão domiciliar

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Residência de João de Deus, em Anápolis, tem forte aparato de segurança

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Ele obteve a prisão domiciliar depois de ser internado várias vezes. A defesa alegou, ainda, a pandemia de Covid-19 como agravante

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Até hoje, mais de dois anos depois da primeira denúncia, o Ministério Público de Goiás (MPGO) segue recebendo relatos de vítimas do médium

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João de Deus chegou a ficar preso em regime fechado entre dezembro de 2018 e março de 2020

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Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, foi fundada pelo suposto médium. A maioria dos crimes sexuais teria ocorrido nessa instituição

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João de Deus já recebeu cinco condenações da Justiça

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Casa Dom Inácio de Loyola

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Salão principal da Casa de Dom Inácio, em Abadiânia

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Movimento na casa é pequeno, formado na maioria por estrangeiros, e isso se reflete economicamente no mercado em volta

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Cachoeira onde Hidomi foi encontrada fica dentro da propriedade pertencente à Casa de Dom Inácio de Loyola

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Fotografia de João de Deus na parede da Casa de Dom Inácio

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Farmácia onde se vendia passiflora na Casa Dom Inácio

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Palco do salão principal onde João de Deus costumava falar com o público e fazer demonstrações na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia

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 “Espanto”

João de Deus cumpria prisão domiciliar por uma série de crimes sexuais, por força de decisão do TJGO concedida em 11 de maio deste ano e usava tornozeleira eletrônica. A defesa repudiou a decisão que determinou a prisão.

“Concernente à concessão de prisão do médium João Teixeira de Faria ocorrida na data de hoje, a defesa recebeu a notícia com espanto e se mostra estarrecida diante da flagrante ilegalidade da nova prisão”, criticaram os advogados Anderson Vangualberto de Mendonça e Marcos Maciel Lara, em nota enviada ao Metrópoles.

Os advogados lembraram que a prisão domiciliar foi concedida, à unanimidade de votos, “lastreada nas diversas doenças que médium possui”. Além disso, a defesa disse que irá recorrer, mas que considera temerária a decisão que determinou o retorno de João de Deus para a prisão.

“Doente”

Segundo a defesa, João de Deus é “reconhecidamente doente”, situação que, conforme acrescentou, se agrava por causa da pandemia da Covid-19. “Todos sabem que idosos, mesmo completando o processo vacinal, fazem parte do grupo de risco”, informou a nota.

Joao Teixeira de Faria aguarda os tramites legais e após será recolhido no cárcere. Durante o período em que esteve sob as condições da prisão domiciliar, de acordo com a defesa, ele cumpriu todas as determinações da Justiça. Por isso, segundo os advogados, “não há motivação para que medida tão extrema fosse aplicada nesse momento”.

Condenações por crimes diversos

A Justiça já havia recebido outras 14 denúncias contra João Teixeira de Faria por crimes sexuais.

Em três. já houve condenação:

  • 19 anos e 4 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada, violação sexual mediante fraude, e 2 estupros de vulneráveis;
  • 40 anos de reclusão por 5 estupros de vulneráveis;
  • 2 anos e 6 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude contra uma vítima.

João de Deus também foi condenado a 4 anos de reclusão por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e por posse irregular de arma de fogo de uso restrito.

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