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João Campos (PSB) é o candidato que mais recebeu recursos do fundo eleitoral

Levantamento considera siglas com direito a mais de R$ 100 milhões e receitas declaradas até 13 de outubro

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1 de 1 grana-eleicao - Foto: Kacio Pacheco/Metrópoles

Com a proibição de doações por parte de empresas privadas para candidaturas políticas, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, mais conhecido como fundo eleitoral, tornou-se a principal fonte de recursos para quem pleiteia um cargo político. Nas eleições municipais de 2020, não será diferente.

Dentre os onze partidos com direito a mais de R$ 100 milhões, o PDT é o que mais repassou verbas para campanhas até 13 de outubro. Até o momento, foram distribuídos R$ 23,1 milhões do total de R$ 103,3 milhões a que tem direito. O que menos utilizou é o PSD, que destinou R$ 2,3 milhões de R$ 138,9 milhões possíveis. João Campos (PSB) é o candidato que mais recebeu recursos do fundo eleitoral até o momento.

As informações são do repositório de dados eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles foram analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

O gráfico a seguir mostra quanto cada partido tem direito de receber do fundo eleitoral, quanto foi utilizado até agora e quanto ainda falta.

Os números provavelmente estão defasados porque dependem do candidato informar ao TSE que recebeu os recursos. A secretária nacional de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, informou, por exemplo, que mais de 40% da verba a que o partido tem direito já foi distribuída.

O ritmo, a forma e a distribuição dos recursos obedecem a estratégias específicas de cada partido em cada local. O advogado e analista político Rafael Favetti levantou dois pontos importantes para definir essas estratégias. “O primeiro deles: o partido tem ou não candidato com chance de vitória para a campanha executiva? Quando um partido tem um candidato para prefeito com chance de ganhar, a preferência é direcionar maior volume para essa campanha”, pontuou.

Esses gastos, prosseguiu ele, tendem a vir mais para o fim da campanha, principalmente no caso de cidades com segundo turno. “Campanhas têm momentos específicos de gastos que são mais próximos do final do que do início. E se o município tiver segundo turno, faz muito mais sentido guardar para ele do que gastar tudo no começo”, analisou.

Um exemplo de uma campanha desse tipo é a do deputado federal João Campos (PSB) para a prefeitura de Recife (PE). Atualmente, ele lidera as pesquisas para o Executivo local, posto importante para o partido que domina o estado. Ele é o candidato que mais recebeu recursos do fundo eleitoral até o momento. Foram R$ 7,5 milhões.

O valor é 31,7% do total repassado pelo PSB do fundo eleitoral. É também mais do que o repassado por 20 partidos, incluindo siglas com grande volume de recursos, como o PP e o PSD.  Procurado, o PSB disse em nota: “Os critérios para a transferência de recursos do Fundo Especial são definidos localmente por cada instância partidária, estadual ou municipal, que são os responsáveis pelo efetivo repasse aos candidatos”.

“Se o partido não tem um candidato com potência real de ganho, a preferência vai ser de gastar nas proporcionais. Aí vem a segunda dinâmica. Quais candidatos são próximos às direções dos partidos, porque são elas que conseguem alocar de maneira eficaz as verbas para determinadas campanhas”, prosseguiu Favetti.

Um exemplo disso é a campanha para vereador em São Paulo de Milton Leite da Silva (DEM). Buscando a reeleição para o cargo, ele também é o presidente do diretório municipal da sigla na capital paulista.

Por enquanto, a sigla que mais pulverizou os recursos entre os seus candidatos a prefeito é o PT, que repassou verbas para 17,4% das suas candidaturas.  Isso acontece porque ele é um dos poucos partidos profissionais do país, explicou Favetti, o que favorece campanhas sem conexão com a diretoria partidária. Sem a ligação, a tendência é menos concentração.

“O PT existe em mais de 4 mil municípios no Brasil inteiro, estamos disputando eleição em mais de 3 mil. Temos mais de 1,2 mil candidatos a prefeito, não tem como não pulverizar, é um partido extremamente democrático e a ideia é fortalecer muitas candidaturas”, explicou Gleide Andrade.

Por outro lado, o PSD é quem menos pulverizou a verba até agora. Isso aconteceu porque o partido usou quase nada dos recursos que têm até o momento. A assessoria de imprensa do PSD não respondeu até o fechamento desta edição.

O gráfico a seguir mostra como está a pulverização dos recursos por partido. Se a sigla está acima da linha em diagonal que corta o gráfico, ele está entre os que mais distribuíram a verba até o momento. Se está abaixo, significa que, na média, ele concentrou mais.

 

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