Jilmar Tatto (PT): “Retirar candidatura interessa apenas ao Bruno Covas”
Após reunião com dirigentes, petista diz que seu eleitorado não é o mesmo de Guilherme Boulos (PSol) e que renúncia prejudica esquerda
atualizado
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São Paulo – Após reunião com dirigentes do Partido dos Trabalhadores, Jilmar Tatto, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, e que aparece mal nas pesquisas, reafirmou na manhã desta quarta-feira (11/11) que seguirá adiante no pleito. Para ele, uma eventual renúncia prejudica Guilherme Boulos (PSol) e favorece Bruno Covas (PSDB).
Setores petistas e apoiadores históricos do PT têm feito pressão para que o partido desista de Tatto e apoie o candidato Guilherme Boulos, que assumiu o papel de protagonista da esquerda nas eleições municipais de São Paulo.
Para a decepção dos articuladores, Jilmar Tatto diz que não vai declarar apoio a ninguém antes do resultado das urnas. “No domingo (15/11), o povo vai votar 13. Depois, vou conversar com o Boulos, com o Orlando [Silva], para nos apoiarmos no segundo turno”, declarou.
Segundo declaração de Tatto em suas redes sociais, uma eventual renúncia não apenas prejudicaria Guilherme Boulos, como daria fôlego para Bruno Covas (PSDB) ganhar no primeiro turno.
“O perfil do meu eleitor é o mais popular, mas não é o perfil do [eleitor do] Boulos, que é mais escolarizado. Essa campanha para Tatto retirar candidatura interessa apenas ao Bruno Covas”, afirmou.
Entre os presentes na reunião que definiu o destino de Jilmar Tatto até o dia da eleição estavam Luiz Marinho e a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, que tuitou sobre o encontro. “A campanha segue firme”.
Ontem estive conversando sim com Jilmar Tatto e Luiz Marinho, o que tenho feito em todos os Estados, avaliando a situação eleitoral das capitais. A campanha segue firme nesta reta final. É 13
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 11, 2020
Segundo pesquisa Ibope mais recente, Jilmar Tatto está estagnado em 6% das intenções de votos, o que preocupa o Partido dos Trabalhadores. Por muitos anos, a sigla intercalou o poder na capital paulista com o PSDB. Contudo, entre o eleitorado de baixa escolaridade, Tatto possui 9% da preferência e Boulos, 3%.
Na leitura petista, sem Tatto na corrida eleitoral, esses 9% de eleitores migrariam para Covas, Celso Russomanno (Republicanos) ou Márcio França (PSB).