Jiboia mais rara do mundo é encontrada por pesquisador em São Paulo
A jiboia do ribeira (Corallus cropanii) é uma fêmea de 1,35 metro de comprimento e 1,2 kg
atualizado
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A comunidade científica comemora um momento histórico: a captura de uma jiboia do ribeira (Corallus cropanii) viva para pesquisa e monitoramento. A cobra, considerada a jiboia mais rara do mundo, foi encontrada no Assentamento Alves Teixeira Pereira, em São Paulo. O controlador de acesso Paulo Vinícius Teixeira relatou ao G1 como se deu o processo de procura pelo animal.
No dia 25 de outubro, Teixeira, acompanhado do amigo Willian Daniel Martins e do primo, foi avisado por guardas do Parque Estadual Intervales que havia uma cobra com tons amarelados próxima a propriedade onde vive, no bairro Guapiruvu, região do Vale do Ribeira, em Sete Barras (Sp).
Ao chegar ao local indicado, encontrou a espécie raríssima. Em 2017, Teixeira havia capturado outra jiboia do ribeira depois de muitos a considerarem extinta.
“Foi um acontecimento inédito, já que Corallus cropanii foi vista viva pela primeira vez em 1953, em Miracatu (SP). Desde lá ela apareceu outras vezes, mas sempre morta. Quando o Vinícius encontrou a serpente viva em 2017, depois de 64 anos, corremos para lá e estudamos o máximo que podíamos, já que pouco se sabia até então sobre ela”, explica o biólogo Bruno Rocha, também envolvido na descoberta.
O novo espécime de jiboia do ribeira, que é conhecido como 9º, por ser a nona espécime já vista no mundo inteiro até o momento, é uma fêmea de 1,35 metro de comprimento e 1,2 kg, que será mantida dentro do Parque do Intervales para pesquisas.
“Nosso objetivo é manter o animal em cativeiro para a coleta de sangue e do material genético e conseguir avaliações clínicas que nos permitam assegurar a saúde do indivíduo. Depois, vamos soltá-la com um radiotransmissor e observar ela livre na natureza, igual aconteceu com a Dona Crô de 2017”, explicou ao G1 a herpetóloga Daniela Gennari que fez o vídeo na primeira vez que viu a serpente.