Jerry confirma disputa de Dino ao Senado e apoia frente ampla do PCdoB
Ao Metrópoles, presidente do PCdoB no Maranhão afirmou que a sigla trabalha em uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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O presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Maranhão, Márcio Jerry, confirmou que o governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), disputará o cargo de senador nas eleições do ano que vem. O Metrópoles divulgou com exclusividade, no último dia 9, que o governador está pronto para concorrer ao Senado pelo PSB, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou ao páreo. Dino era tido como um possível candidato à presidência da República.
Em entrevista ao jornalista Caio Barbieri, Márcio Jerry ponderou que tudo pode mudar até as eleições de 2022. O deputado federal licenciado afirmou que o PCdoB trabalha para a construção de uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e mostrou apoio às trativas de Lula com outras lideranças políticas, como conversa recente com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
“A democracia tem sido violentamente atacada pelo Bolsonaro e seu cerne. E não será apenas o Lula, ou apenas o campo de esquerda, tampouco apenas o campo progressista, que vai dar conta dessa tarefa [de tirá-lo do poder]. Nós precisamos juntar aqueles que defendem as leis, a Constituição, a democracia e um projeto de desenvolvimento para o Brasil. Diálogo de Lula com FHC eu vejo como sinal de esperança para a gente ter, de fato, um projeto de frente ampla para o Brasil”, ponderou Jerry (confira a partir do minuto 8’38”).
O ex-deputado federal ainda elencou os nomes que podem substituir Flávio Dino no cargo de governador do Maranhão. De acordo com ele, o PCdoB são possíveis candidatos o senador Weverton Rocha (PDT); o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão (PCdoB); o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL); e o ex-deputado federal Simplício Araújo (Solidariedade).
Representação contra Bolsonaro
No último dia 25, Jerry protocolou, junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão e ao Ministério Público Federal (MPF), duas representações contra Bolsonaro, por crime de saúde pública durante visita do chefe do Executivo ao estado nas últimas semanas. Na ocasião, o governador Flávio Dino multou o presidente por provocar aglomerações e não fazer uso de máscara.
Atualmente no cargo de secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão, Jerry disse que ainda não chegou ao seu conhecimento se Bolsonaro pagou a multa, que pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. No último dia 8, o presidente perdeu o prazo de 15 dias para explicar o motivo de não ter feito uso de máscara no estado. Jerry, no entanto, afirma que o presidente deveria pagar “por muitas outras multas”.
“Eu não tenho conhecimento se ele pagou essa multa, mas acho que não, não tive nenhuma informação à cerca, deve estar recorrendo. O presidente deveria estar pagando multa por graves cometimentos. Aliás, a multa maior que ele deveria ter pago era a de ter sido impedido de continuar governando, legalmente e democraticamente, de a Câmara ter acolhido um dos tantos e tantos pedidos de impeachment por crimes de responsabilidade seguidos e reiterados”, afirmou (4′).
CPI da Covid-19
Quanto à CPI da Covid-19, instaurada no Senado para investigar erros cometidos pelo governo federal na condução da pandemia, Jerry afirmou que o trabalho dos senadores não é avaliar governadores e prefeitos, e sim averiguar os erros do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus em território nacional.
“Essa CPI não é para investigar governadores e prefeitos, é uma série de graves irregularidades visivelmente identificadas no comando do combate à pandemia pelo governo federal. Não há nada que se sustente naquilo que o governo tem dito. O governo foi negligente no combate à pandemia. O governo federal, o senhor Bolsonaro, não liderou nenhum esforço para combater a pandemia”, disse Jerry.
A seguir assista ao Metrópoles Entrevista com Caio Barbieri: