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Jeep Compass Longitude 2.0 flex: o que o leva a ser tão popular?

Modelo supera todos os SUVs rivais. Entre-eixos testou versão mais vendida e constatou: para reclamar, só do motor e do alto consumo

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Foto: FCA Press/Divulgação
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O Jeep Compass acaba de conseguir a maior participação no segmento de SUVs médios desde que foi lançado, em 2016: chegou a 64,9% em agosto. E passou das 200 mil unidades vendidas. Dá um banho nos concorrentes. E para completar a festa, a FCA (dona da Fiat, Jeep e Chrysler) retomou depois de cinco anos a liderança geral do mercado no Brasil. A que se atribui tanto sucesso? 

O Entre-eixos testou por uma semana a versão Longitude 2.0, flex, com câmbio automático de seis marchas. Ela não é, das sete versões oferecidas pela Jeep, a mais parruda, movida a diesel, com tração 4×4 e câmbio automático de 9 marchas – como a caprichada Trailhawk. Porém, é a mais urbana, propícia ao dia a dia, confortável, e ainda com um bom custo-benefício. Por isso, é a mais popular.

O conjunto propulsor do Compass Longitude une um 2.0 flex de quatro cilindros e potência de até 166 cavalos, se abastecido com etanol, e câmbio automático de seis marchas – capazes de garantir torque de 20,5kgfm. Mas há aí um problema: convenhamos, é pouca força para um carro desse porte, que pesa uma 1,5 tonelada. A relação peso-potência é de 9,3 kg/cv. Em simples acelerações no dia a dia, se sente a desproporção do torque. Às vezes, em rodovias, passa até insegurança em ultrapassagens – ou, então, acelere sem dó e ouça o lamento do motor e curta o gasto elevado de combustível. 

Aliás, esse é outro problema: dados oficiais mostram que, com etanol, ele faz apenas 6,1 km/l na cidade e 7,5 km/litro na estrada; com gasolina, 8,8 km/l e 10,8 km/l, respectivamente. Durante a avaliação, foi usada apenas gasolina, com médias semelhantes nas vias brasilienses até então pouco congestionadas devido à pandemia da Covid-19, e em pistas de maior velocidade, como a BR-060. 

A Longitude permite variações: de opcionais a descontos. O preço sugerido no site é de R$ 142,5 mil. Mas lá mesmo há oferta com redução de até R$ 10 mil. Se você optar por um pacote que leva o controle de cruzeiro adaptativo, com aviso de mudança de faixas, aviso de colisão frontal com frenagem de emergência e um sistema de som premium Beats de 506 W, reserve uns R$ 8,8 mil a mais. 

O mercado aguarda uma revitalização para o modelo – que quase nada mudou na linha 2020, a testada pelo Entre-eixos, a não ser a incorporação de sensor de chuva (inútil nos últimos 120 dias no Distrito Federal), faróis com acendimento automático e retrovisor interno eletrônico.

Mas talvez nem precisasse: o carro é bonito, imponente. Obviamente, a observação vale para todas as versões, pois são sutis as diferenças entre elas. As linhas quadradas e uma grade frontal parruda de 7 linhas garantem visibilidade fácil nesse universo de SUVs que enchem as vias urbanas do Brasil inteiro. 

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Por sinal, vale ressaltar: uma pesquisa do portal BestCars mostra que o estilo é o ponto mais elogiado pelos donos de Compass, com 60% dos relatos. Em seguida, a posição de dirigir/conforto (54%) e o acabamento(37%). E o consumo? O principal ponto negativo, citado por 40% dos donos.

Vida a bordo
A Longitude, mesmo sendo uma versão intermediária, tem um bom acabamento interno: mesmo as coberturas emborrachadas do painel e das portas têm toque macio. Os bancos em couro são bonitos, mas pareceram rígidos em demasia. Aliás, só o do motorista tem alguma regulação – e de altura. A posição de dirigir, alta e bem encaixada, é um dos pontos fortes do modelo. 

O espaço é bom para quatro pessoas, o que estimula viagens familiares: o porta-malas de 410 litros segura bem a bagagem de todos.  O pacote de conforto garante um ar-condicionado automático digital de duas zonas e outros mimos, como direção elétrica, piloto automático com limitador de velocidade e chave presencial e um bom apoia-braço central com porta-trecos. Também facilita a vida do condutor um bom computador, os comandos de áudio no volante e o conjunto de som tradicional da FCA.

Os itens de segurança essenciais estão presente. Mas há um pecado: o fato de só oferecer airbags dianteiros. Para um modelo acima dos R$ 100 mil, deveria ser padrão um conjunto de quatro bolsas, e não só com as duas obrigatórias por lei. A versão tem freios com ABS e vários controles: eletrônico de estabilidade, de tração, anticapotamento e até um para dar mais estabilidade ao trailer. 

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