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Janeiro teve a 4ª menor distribuição de testes na pandemia da Covid

No primeiro mês do ano, a pasta comandada por Marcelo Queiroga entregou às secretarias de Saúde 884.352 testes para o diagnóstico da doença

atualizado

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Imagem colorida mostra pessoa sendo submetida a teste Covid por agente de saúde - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra pessoa sendo submetida a teste Covid por agente de saúde - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em meio ao avanço da variante Ômicron do coronavírus, causador da Covid-19, o Ministério da Saúde desacelerou a distribuição de testes para a doença. Janeiro terminou com o quarto menor volume desde o início da pandemia.

A cepa Ômicron foi identificada no Brasil pela primeira vez em 30 de novembro de 2021.

No último mês, a pasta comandada por Marcelo Queiroga entregou às secretarias de Saúde 884.352 testes para o diagnóstico da Covid-19. O número é o mais baixo desde agosto de 2021, quando o órgão distribuiu 763.698 unidades.

Os dados foram analisados pelo Metrópoles, com base em material publicado pelo LocalizaSUS, plataforma de prestação de contas do Ministério da Saúde referente à pandemia.

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
<strong>RT PCR</strong>: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
<strong>Teste salivar por RT-PCR</strong>: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
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Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população

Aline Massuca/Metrópoles
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Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF

Breno Esaki/Agência Saúde-DF
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RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias

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O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas

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PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido

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De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
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Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue

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O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência

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Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente

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O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo

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Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%

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Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células

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O número foi registrado no mesmo mês em que o ministro prometeu entregar 14 milhões de testes em 15 dias. “Pedimos empenho dos municípios para fazer essa testagem e esses resultados serem enviados ao Ministério da Saúde”, frisou em 10 de janeiro.

A redução tem se mostrado constante. No mês passado, o Metrópoles mostrou que o volume de testes distribuídos pelo governo federal passou de 5,7 milhões de unidades em novembro para 2,7 milhões em dezembro.

A comunidade médico-científica é categórica: a testagem da população é uma das principais medidas para acompanhar o avanço das infecções por coronavírus e controlar o surgimento de novas variantes.

Veja os meses com as menores distribuições de testes para Covid-19: 

  • Outubro de 2020 – 725.356
  • Agosto de 2021 – 763.698
  • Junho de 2020 – 766.200
  • Janeiro de 2022 – 884.352


Quando a testagem cai, a subnotificação de casos cresce. Com menos exames, o Brasil, que sempre testou muito pouco para a doença, dispõe de dados menos condizentes com a realidade para lidar com a disseminação do vírus.

O entendimento dos infectologistas é o de que a testagem consiste no instrumento mais adequado para a quebra da cadeia de transmissão em pessoas sem e com sintomas: se der positivo, o indivíduo é orientado a aderir ao isolamento.

Na prática, a iniciativa serve como subsídio para o tratamento dos acometidos pela enfermidade, para a identificação das variantes circulantes e para evitar que a transmissão avance sem controle.

Em 2021, o Ministério da Saúde distribuiu 37,3 milhões testes. Em 2020, o volume foi menor: 20,4 milhões. Desde o início da pandemia, o governo federal gastou R$ 2 bilhões com a compra desse tipo de insumo.

Aumento de casos

Sobretudo devido à variante Ômicron, o Brasil tem registrado um boom de casos de Covid, com recordes sucessivos.

A positividade de testes RT-PCR realizados na rede pública de saúde saltou de 3%, em dezembro de 2021, para 37% em janeiro de 2022. O número foi consolidado pelo Escritório de Testagem da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Laboratórios vinculados à Associação Brasileira de Medicina Diagnosticada (Abramed) realizaram quase 390 mil exames de Covid-19 na última semana de janeiro. Desse total, cerca de 60% deram positivo. Houve aumento na taxa de positividade. Na penúltima semana de janeiro, 57% dos exames tiveram diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Na ocasião, foram feitos 320 mil testes – crescimento de 18% no período.

Versão oficial

O Metrópoles perguntou ao Ministério da Saúde sobre a motivação da queda na distribuição de testes e como isso impacta no controle da pandemia.

A pasta não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto a esclarecimentos.

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