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Janeiro foi mês mais infeccioso desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil

Já nos 30 dias de 2021, o país acumulou 1.501.002 novas infecções da doença

atualizado

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Jacqueline Lisboa/Especial Metrópoles
Covid-19 Coronavirus - Hospital de Base - Ambulancia
1 de 1 Covid-19 Coronavirus - Hospital de Base - Ambulancia - Foto: Jacqueline Lisboa/Especial Metrópoles

O ano começou, os primeiros 31 dias nem terminaram e já viraram indícios de que o pesadelo da Covid-19 no Brasil está longe de acabar. Em 10 meses de pandemia, o vírus Sars-CoV-2 vitimou 223.945 pessoas e infectou outras 9.176.975. Os números da doença, que não param de crescer, ainda preocupam a população do país. Não para menos.

Levantamento feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostra que já nos 30 dias de 2021, o país acumulou 1.501.002 novas infecções da doença, fazendo de janeiro o mês com mais casos desde o início da pandemia.

Até então, os dias mais “infecciosos” tinham ficado para trás, em dezembro de 2020, quando 1.304.095  brasileiros receberam resultado positivo para o vírus, uma média de 42.067,5 por dia. Durante o primeiro pico, registrado no meio de 2020, julho havia alcançado o maior número, com 1.260.444.

Veja gráfico:

Em relação às mortes, janeiro contabilizou 28.996, taxa menor que junho e julho do último ano, que somaram 30.280 e 32.881 óbitos respectivamente.

Tarcísio Marciano da Rocha Filho, professor do Instituto de Física e um dos membros de um grupo de pesquisa interdisciplinar que abarca várias universidades brasileiras para estudar o avanço da Covid-19 no país, já havia alertado, em entrevista ao Metrópoles, para o aumento de óbitos e casos no primeiro semestre de 2021. “Vamos começar este ano com números preocupantes, e a tendência é crescer ainda mais. A previsão é um novo pico para março e abril, que vai ser ainda mais complicado do que já vivemos.”

Pelo Twitter, o doutor em virologia Atila Iamarino, que virou referência no assunto, ressalta também a preocupação com as novas variantes do coronavírus, propícias em locais com muitos casos. “A pressão evolutiva para vermos as variantes que começam a circular pode ser justamente a imunidade em uma população que já teve e ainda tem muitos casos. Contar com imunidade coletiva pode ser a receita para novas linhagens que escapam da imunidade”, escreveu. “O Brasil pode ter virado um berço de novas variantes”.

Casos e mortes no mundo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, nesta quinta-feira (28/1), que o mundo ultrapassou 100 milhões de casos de Covid-19. Os dados usados pela entidade são verificados junto às autoridades de saúde de cada país. Em relação à quantidade de óbitos, a OMS contabiliza 2.158.761. A entidade alerta que a curva de mortes é ascendente, e o último dia 22 de janeiro registrou recorde desde o começo da pandemia, com 16.546 óbitos.

Segundo a organização, no momento, há mais de 26 milhões de casos ativos e, entre eles, 0,4% referem-se a pessoas internadas em estado grave com Covid-19.

Novas variantes

A entidade tem alertado, nas últimas coletivas de imprensa, sobre a falta de atenção da população e dos governos quanto às medidas de controle da transmissão do coronavírus divulgadas desde o começo da pandemia. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, quanto mais espaço o vírus tem para circular, maior a chance de novas mutações surgirem, como as variantes identificadas em vários países, e o número de casos tende a crescer ainda mais.

Ainda que não haja comprovação sobre a maior letalidade das novas cepas, o diretor-geral explica que as variantes contaminam mais pessoas e, consequentemente, sobrecarregam o sistema de saúde e acarretam mais mortes. Com o começo da vacinação, que ele chama de “luz no fim do túnel”, Ghebreyesus e os outros diretores da entidade solicitam que a população mantenham o uso das máscaras, o distanciamento social e a higienização de mãos e superfícies.

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