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Jairinho vira réu na Justiça por tortura contra filha de ex-namorada

Denúncia afirma que o parlamentar batia com a cabeça da vítima em vários lugares, chutava e dava socos contra a barriga da criança

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Jairinho, indo fazer exame de corpo delito no IML do Rio
1 de 1 Jairinho, indo fazer exame de corpo delito no IML do Rio - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – A Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público contra o vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho (sem partido), por torturar a filha da ex-namorada Natasha de Oliveira Machado, entre os anos de 2011 e 2012, quando a menina tinha quatro anos. Atualmente, a menina tem 13 anos. O caso foi investigado pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Há mais dois inquéritos de agressões envolvendo Jairinho na unidade.

A denúncia  afirma que o parlamentar batia com a cabeça da vítima em vários lugares, chutava e dava socos contra a barriga da criança, além de afundá-la na piscina colocando o pé sobre a barriga dela, a afogando e até torcendo o braço da menina.

“Os inúmeros depoimentos testemunhais colhidos na fase inquisitorial demonstram os indícios de autoria na pessoa do denunciado”, afirmou a juíza da 2ª Vara Criminal de Bangu, Luciana Mocco Moreira Lima.

A magistrada negou o pedido de prisão preventiva sob o argumento de que já se passaram dez anos do crime. Mas Jairinho está proibido de manter contato com a vítima e seus familiares, em especial, os parentes que figuram como testemunha, e não pode deixar o estado sem autorização da Justiça.

Jairinho está preso desde o dia 8 de abril por ordem da Justiça. Padrasto do menino Henry Borel, ele e mãe Monique Medeiros, também presa, foram indiciados pela polícia por homicídio qualificado e tortura do menino, nesta segunda, quando o garoto completaria cinco anos. Henry morreu no dia 8 de março. O casal alegou acidente doméstico, mas laudo apontou 23 lesões por agressões.

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso por suspeita de participação na morte do garoto
Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel Medeiros, ao serem presos no dia 8 de abril
Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril
Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso em 8/4
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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso por suspeita de participação na morte do garoto

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Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel Medeiros, ao serem presos no dia 8 de abril

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso em 8/4

Reprodução

 

Em relação à filha da cabeleireira, o vereador disse que eles tinham uma relação “amistosa” e não mantinha com a menina “grau de intimidade”, negando que tenha saído sozinho com a criança ou a levado a qualquer lugar que tivesse piscina. Também contestou as informações de que teria torcido o braço da enteada, dado “mocas” (cascudos) em sua cabeça e colocado um saco em seu rosto para sufocá-la.

Depoimentos na DCAV

A primeira criança a ser ouvida na DCAV foi a filha da cabeleireira Natasha de Oliveira Machado, que conheceu Jairinho em 2010 e chegou a ficar noiva do vereador, com quem manteve relacionamento até 2014.

A menina, de 13 anos, contou que teve a cabeça batida pelo então padrasto contra a parede do box de um banheiro. Relatou ainda ter sido pisada por Jairinho nos fundos de uma piscina para que ela não conseguisse levantar e respirar.

Ouvida pelos investigadores, a avó da criança relatou que, ao questionar o vereador sobre um machucado na testa da menina, ele respondeu que o ferimento foi provocado por uma batida no console do carro após freada brusca durante ida a um shopping.

Em outra ocasião, disse a avó, a garota chegou com o braço imobilizado, e Jairinho afirmou que a enteada teria se lesionado no decorrer das aulas de judô. O professor da academia, também em depoimento, negou ter recordações desse episódio.

A avó afirmou ter estranhado o comportamento da neta quando ela lhe agarrou e, chorando e vomitando, pediu para que não a deixasse sair sozinha com Jairinho. Cerca de oito meses depois, ao assistir a um programa de televisão que abordava casos de violência doméstica, a menina admitiu as agressões sofridas.

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