Jairinho ligou para o governador do Rio horas depois da morte de Henry
Vereador contatou Cláudio Castro para dar seu ponto de vista sobre o ocorrido. Padrasto e mãe do menino de 4 anos mantêm versão de acidente
atualizado
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Novo desdobramento no caso da morte de Henry Borel Medeiros mostra que o governador do Rio de Janeiro em exercício, Cláudio Castro (PSC), recebeu uma ligação do vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), horas depois da morte do menino de 4 anos.
A informação foi revelada pela coluna do Lauro Jardim, no jornal O Globo, e confirmada pelo Metrópoles. Dr. Jairinho ligou para Castro para contar a mesma versão que mãe e padrasto do garoto deram em depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca). A conversa entre os políticos ocorreu antes de o caso chegar ao noticiário.
Em nota, Cláudio Castro confirma que “recebeu uma ligação do vereador Doutor Jairinho, horas antes de o caso envolvendo o menino Henry ganhar repercussão na mídia. No telefonema, ao saber do fato, Castro limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação. O governador em exercício reitera que sempre garantiu total autonomia à Polícia Civil e que não interfere em investigações”.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março, ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram o fim de semana anterior normalmente. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa onde o menino morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, conforme registro policial registrado pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.
Investigações
Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) fizeram uma espécie de reconstituição do último dia do menino, no domingo, quando estava em companhia do pai. Eles recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping, onde o garoto foi a um parquinho, e do condomínio em que Leniel Borel mora.
No dia 17, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos, separadamente, por cerca de 12 horas na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram ouvidos nove dias depois do crime, porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.
No depoimento, ambos afirmaram que estavam em um quarto vendo série e, quando foram dormir, a mãe encontrou Henry caído no chão, ao lado da cama, com as extremidades frias e com dificuldade para respirar. Monique disse à polícia que acredita que o menino tenha caído da cama.
Prestaram depoimento aos policiais: a equipe médica que atendeu Henry no hospital da Barra; a empregada da casa onde o menino morava com a mãe e o padrasto; a avó materna; e uma ex-namorada de Jairinho.