Nos EUA, Bolsonaro firma acordo de projetos militares com Trump
Medida facilita entrada de produtos brasileiros, com menos burocracia, em 28 países integrantes da Otan
atualizado
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Enviado especial a Miami – O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, firmam, neste domingo (08/03), em Miami, o Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (RDT&E). O objetivo da medida é abrir caminho para que os dois governos desenvolvam futuros projetos conjuntos na área militar.
Para além da cooperação, o pano de fundo é um orçamento bilionário – quase US$ 90 bilhões – que empresas norte-americanas investem em projetos na área em outros países.
Para firmar a parceria, Bolsonaro visita o Southern Command – setor do exército americano responsável pelas Américas Central e do Sul. Ele será recepcionado pelo almirante Craig Faller, comandante da divisão.
Acompanham Bolsonaro o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil, Tenente-Brigadeiro Botelho, e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, participam da cerimônia.
Entenda
O RDT&E é um passo inicial para que Brasil e EUA desenvolvam projetos conjuntos na área de Defesa. Ele define e estabelece termos e condições gerais que deverão ser aplicados ao início, condução e gerenciamento de atividades de pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação.
A medida poderá ampliar o acesso da Base Industrial de Defesa ao mercado americano, bem como a formalização de outros pactos no setor, reduzindo processos burocráticos no comércio de produtos do segmento entre Brasil e EUA.
Além de ampliar a entrada brasileira no mercado dos EUA, o acordo poderá facilitar a entrada de produtos brasileiros em outros 28 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), grande parte dos quais têm acesso ao fundo americano de Defesa.
Agenda
Bolsonaro cumpre agenda de 4 dias nos Estados Unidos, onde pretende ampliar o comércio entre os dois países, assinar acordos na área de defesa e desenhar, nos moldes sugeridos por Trump, o que eles chamam de “solução” para o impasse na Venezuela. O país convive com a ditadura de Nicolas Maduro, de um lado, e com o autointitulado presidente do país, Juan Guaidó – aliado dos Estados Unidos -, do outro.
O último encontro de Jair Bolsonaro com o mandatário norte-americano, Donald Trump, ocorreu durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em setembro de 2019. Antes, eles haviam se reunido no encontro do G20 – que reúne as principais potências do planeta, ocorrido em Osaka no mês de junho e na visita oficial a Washington, em março.