Após aprovação da vacina, Bolsonaro sai em defesa do tratamento precoce
Presidente insiste na propagação de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. Ele também questiona eficácia da vacina
atualizado
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Em outro trecho da conversa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com apoiadores nesta segunda-feira (18/1), o mandatário voltou a defender o tratamento precoce para Covid-19. O que Bolsonaro chama de “tratamento precoce” é a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus, como hidroxicloroquina e azitromicina.
Os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçaram na reunião de domingo (17/1) que não existe nenhum tratamento preventivo aprovado pelo órgão.
“Não desisto do tratamento precoce, não desisto tá? A vacina é pra quem não pegou ainda. E essa vacina é 50% de eficácia, ou seja, jogar uma moedinha pra cima, é 50% de eficácia”, disse o presidente. A dicção de Bolsonaro, entretanto, não deixa claro se é “desisto” ou “desistam”.
O trecho foi divulgado pelo canal no Telegram de um dos filhos do presidente, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos).
Veja a fala completa:
“A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Havendo a disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também, que era para ter chegado a vacina aqui. Não desisto do tratamento precoce, não desisto, tá? A vacina é pra quem não pegou ainda. E essa vacina ainda é 50% de eficácia, ou seja, se jogar uma moedinha pra cima, é 50% de eficácia. Então tá liberado a aplicação no Brasil e a vacina é do Brasil, tá? Não é de nenhum governador não, é do Brasil.”
O presidente reforçou que a vacina terá caráter não obrigatório e voltou a questionar a eficácia da Coronavac, imunizante desenvolvido no Brasil pelo farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.
Na primeira etapa da campanha nacional de imunização, 6 milhões de doses da Coronavac estão sendo distribuídas aos estados para vacinação dos grupos prioritários.
“No que depender de mim, não será obrigatória. É uma vacina emergencial, 50% de eficácia. Ninguém sabe ainda se teremos efeitos colaterais ou não.”
No domingo (17/1), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O segundo imunizante, porém, ainda não está disponível em território nacional.