Ivan Valente aponta “exigências” do PSol para apoiar Lula em 2022
Em entrevista ao Metrópoles, deputado defendeu candidatura única de esquerda, mas elencou condições que o PT teria que cumprir
atualizado
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Deputado federal pelo PSol, Ivan Valente defendeu, em entrevista ao Metrópoles, uma candidatura única de esquerda para derrotar o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. O parlamentar, no entanto, ponderou que a adesão da sigla à campanha do ex-presidente Lula (PT) depende não só do debate interno do PSol, mas também de mudanças na relação do Partido dos Trabalhadores com outras legendas.
“Nós vamos colocar condições para o apoio. Se for uma decisão nossa, depois do congresso [do PSol], de apoiar o Lula, nós vamos fazer exigências”, afirmou (confira a partir de 38’) .
Valente citou a articulação para a candidatura de Guilherme Boulos (PSol) para o governo de São Paulo e destacou que o PT precisa reconhecer e dar espaço para outros nomes da esquerda e “combater o seu próprio hegemonismo”.
Para o deputado federal, o PT “tem que entender que outros partidos têm propostas, projetos, ambições e candidatos que também são capazes de materializar o programa progressista”. Valente também pontuou como “condição” para o apoio que “Lula não cometa os mesmos erros de 2002”.
Entre os erros apontados, estão o de “se aliar a setores de extrema direita, de direita ou fisiológicos demais”. Para o parlamentar, alianças com “o campo progressista e democrático são aceitáveis”.
Confira a entrevista:
O deputado, no entanto, afirmou que “é preciso ter sabedoria política”. “Essa eleição é diferente das outras porque é preciso vencer o pesadelo que é Bolsonaro”, disse.
Durante a entrevista, transmitida ao vivo pelo Twitter do Metrópoles, Valente criticou o ministro da Defesa, general Braga Netto, convocado, na última terça-feira (17/8), pela Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre críticas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
“O depoimento dele na Câmara foi cínico, em todos os sentidos. Se nós estivéssemos em um país democrático, o general Braga Netto deveria ser preso pelas declarações que ele fez ameaçando a CPI e pelas declarações que ele fez ameaçando não ter eleições sem voto impresso”, afirmou (6′).
Valente também criticou a destinação de verbas a políticos da base do governo por meios de emendas do relator, o chamado orçamento paralelo, e disse que a prática “segura” a tramitação de pedidos de impeachment de Bolsonaro. “O orçamento paralelo é uma forma de comprar votos, é corrupção ativa no Congresso Nacional”, disse (29′).
Valente, no entanto, ponderou que os parlamentares contemplados pelos repasses podem abandonar o governo federal caso a aprovação da gestão continue caindo. “O Centrão costuma carregar alça de caixão, mas não pula na cova. Ele permanecerá no governo enquanto houver botim pra ser saqueado”, afirmou (34′).
Confira o áudio da entrevista: