Itamaraty enviará diplomatas ao Líbano para apoiar repatriação
Equipe formada por três diplomatas voluntários irá reforçar a Embaixada do Brasil no Líbano durante a repatriação de brasileiros
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores montou uma equipe formada por três diplomatas para reforçar a Embaixada do Brasil no Líbano durante o esforço de repatriação de brasileiros naquele país, alvo de bombardeios de Israel, que realiza uma caça a integrantes do Hezbollah.
Voluntários, os diplomatas viajarão em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) até Lisboa, em Portugal, onde se juntarão ao grupo de resgate que viajou nessa quarta-feira (2/10). De lá, seguem no avião KC-30, também da FAB, designado para a repatriação e ficarão em Beirute durante a operação de resgate dos nacionais, na operação chamada Raízes do Cedro.
A data de embarque do trio ainda não foi definida, mas uma fonte do Itamaraty confirmou ao Metrópoles que a viagem deve ocorrer dentro de, no máximo, 4 dias.
Nessa quarta, a aeronave KC-30 pousou em Lisboa, capital portuguesa, por volta das 14h10, no horário local. É a aeronave responsável por realizar a repatriação de brasileiros no Líbano.
A expectativa é de que de 230 a 240 pessoas sejam retiradas do Líbano e trazidas ao Brasil neste primeiro voo. O resgate foi autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira (30/9).
A FAB informou que a equipe envolvida no resgate é composta por tripulantes operacionais da aeronave, médicos, enfermeiros e psicólogos.
Sobre o fato de o KC-30 ainda não ter saído de Liboa para o Líbano, a mesma fonte destaca que trata-se de uma logística normal em uma operação dessa natureza, onde há autorizações de sobrevoo e pouso, checagem de lista de passageiros e outras verificações.
Pelos riscos, o avião de repatriação tem que ficar o menor tempo possível em solo libanês.
Brasileiros querem sair
Além deles, nove servidores do Itamaraty que atuam no Líbano solicitaram ao governo brasileiro que seus familiares sejam retirados daquele país, em meio à escalada dos ataques de Israel. Os servidores geralmente permanecem por mais tempo no país em conflito, para ajudar na logística, e só retornam ao Brasil em um momento posterior. Há ainda 11 contratados locais atuando na Embaixada do Brasil em Beirute.
Inércia
A decisão de enviar diplomatas ao Líbano pode ser vista como uma resposta ao Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), que, no último dia 30/9, divulgou uma carta na qual manifesta “extrema preocupação” com a segurança dos servidores do órgão e familiares em Beirute.
“O agravamento da situação, em especial desde 20 de setembro, que já contabiliza mais de mil mortos nos bombardeios à capital libanesa, sendo cinco brasileiros entre as vítimas, gera crescente temor entre a comunidade brasileira no país”, ressaltava a nota do sindicato.
“A inércia diante de um cenário de guerra coloca em risco a vida dos servidores e dos cerca de 20 mil brasileiros que residem no Líbano”, finalizava a nota.