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Itamaraty: “Embaixada tem trabalhado para manter família informada”

O Ministério das Relações Exteriores ignorou o desencontro de informações sobre a suposta localização de corpos no Vale do Javari

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios. Vê-se em primeiro plano o lago e ao fundo o prédio - Metrópoles. Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1 de 1 Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios. Vê-se em primeiro plano o lago e ao fundo o prédio - Metrópoles. Ministério das Relações Exteriores do Brasil - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério das Relações Exteriores ignorou o desencontro de informações sobre a suposta localização dos corpos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (13/6).

A crise começou após o conselheiro da Embaixada do Brasil no Reino Unido Roberto Doring ter supostamente informado, nesta segunda-feira (13/6), a familiares de Dom de que corpos foram encontrados. A versão foi desmentida pela Polícia Federal e por associações de indígenas da região do Vale do Javari.

“O Itamaraty, por meio da Embaixada em Londres, tem mantido permanente contato com familiares do jornalista Dom Phillips, neste momento de aflição, para afiançar-lhes o máximo engajamento do governo brasileiro, em suas distintas instâncias, na apuração do caso”, defende o Itamaraty, em nota.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Segundo o órgão máximo da diplomacia brasileira, a Embaixada do Brasil no Reino Unido tem trabalhado para manter a família de Dom informada de quaisquer desdobramentos nas investigações em curso.

De acordo com a esposa de Dom, Alessandra Sampaio, as equipes de buscas teriam localizado os cadáveres dos dois homens.

A informação foi dada por ela ao jornalista André Trigueiro, do canal de notícias GloboNews. Um conselheiro da Embaixada do Brasil em Londres teria confirmado a localização dos corpos.

O jornal britânico The Guardian, do qual Dom é colaborador, noticiou que os irmãos dele também foram informados da descoberta de dois corpos “amarrados a uma árvore em floresta remota”.

A Polícia Federal e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) negam que os corpos tenham sido encontrados e mantêm a versão de que eles continuam desaparecidos e que as buscas continuam.

A esposa de Bruno, Beatriz Matos, cobrou esclarecimentos sobre a procedência da informação.

“A Polícia Federal tem o compromisso de passar as informações para a família primeiro e para a Superintendência de Manaus. Eles confirmaram para a gente que nenhum corpo foi encontrado, conforme nota oficial. É necessário que se apure de onde o embaixador tirou essa informação”, reivindicou, em publicação no Twitter.

Bolsonaro comenta

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta segunda-feira (13/6), que os indícios levam a crer que foi feita “alguma maldade” com a dupla.

“Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já foram encontradas, boiando no rio, vísceras humanas, que já estão aqui em Brasília para fazer o DNA. E pelo prazo, pelo tempo, já temos hoje oito dias, indo para o nono dia que isso tudo aconteceu, vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Eu peço a Deus que isso aconteça, que os encontremos com vida, mas os informes, os indícios levam para o contrário no momento”, disse Bolsonaro em entrevista à CBN Recife.

Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a ação “extremamente lenta” do governo brasileiro e cobrou que as autoridades “redobrem esforços” nas operações de busca.

O desaparecimento

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar entrevistas com os habitantes daquela região.

De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. A dupla foi vista pela última vez no dia 5 de junho.

Ao todo, segundo a Polícia Federal, 250 agentes e dois aviões atuam nas buscas. A Justiça Federal já havia determinado que o governo acionasse helicópteros, embarcações e equipes de buscas da Polícia Federal, das forças de segurança ou das Forças Armadas para intensificar o rastreio dos desaparecidos.

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