Itamaraty alertou Saúde sobre “aprovação rápida” da Covaxin na Índia
Documento foi produzido pela embaixada do Brasil na Índia e repassado pelo Itamaraty ao Ministério da Saúde. CPI da Covid teve acesso
atualizado
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Documento obtido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid mostra que o Ministério das Relações Exteriores alertou o Ministério da Saúde, em janeiro deste ano, que especialistas questionaram a aprovação “rápida” da Covaxin na Índia. A informação é do blog do Valdo Cruz, do G1.
A vacina foi aprovada antes mesmo de os dados finais de eficácia terem sido apresentados.
“O regulador sanitário do governo indiano concedeu, em 3/1, autorização para uso emergencial das vacinas Oxford/AstraZeneca e Covaxin. Autoridades passam a falar em início da campanha de vacinação nas próximas duas semanas. Rápida aprovação da vacina sem dados completos sobre eficácia suscita questionamento de especialistas”, afirma o documento do Itamaraty.
De acordo com esse documento, produzido pela embaixada do Brasil na Índia e repassado pelo Itamaraty ao Ministério da Saúde, a aprovação da Covaxin no país deveria ter “uso restrito”.
“Segundo o comunicado de imprensa do órgão indiano, a aprovação da Covaxin se dá em função do interesse público face à situação excepcional gerada pela pandemia, para uso restrito ’em modo de testes clínicos’ e com o objetivo de oferecer mais opções de vacinas”, acrescenta o relatório.
O alerta foi enviado no dia 5 de janeiro. No documento, os diplomatas brasileiros relatam que a imprensa indiana celebrou a aprovação emergencial das vacinas Oxford/AstraZeneca e Covaxin, “mas levantou dúvidas com relação à aprovação sem dados finais de eficácia para ambas as vacinas e ao processo alegadamente opaco de deliberação dos órgãos oficiais”.
No dia 25 de fevereiro, antes da conclusão da fase três e mesmo assim ganhando aprovação emergencial pelo órgão regulador sanitário na Índia, o governo brasileiro assinou contrato com a Precisa e a Bharat Biotech para fornecimento de 20 milhões de doses da Covaxin ao preço de US$ 15 a unidade.
A CPI ouvirá nesta sexta-feira (25/6) o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor Luis Ricardo Miranda, do Ministério da Saúde, que disse ter informado o presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas envolvendo a Covaxin.