Itamaraty: 2,7 mil brasileiros pediram para sair de Israel e Palestina
Ao todo, Itamaraty estima que 14 mil brasileiros vivem em Israel e outros 6 mil em território palestino; 211 repatriados já estão no Brasil
atualizado
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Após cinco dias de guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, o número de pedidos de repatriação de brasileiros na região de conflito chegou a 2.723 até a manhã desta quarta-feira (11/10), segundo informações do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty.
O primeiro voo com 211 brasileiros retirados da zona de conflito desembarcou em Brasília na madrugada desta quarta, e pelo menos outros cinco aeronaves têm pouso previsto em Tel Aviv com essa finalidade. O governo brasileiro ainda aguarda a autorização do governo do Egito para a retirada de cidadãos na Faixa de Gaza, região crítica do conflito e controlada pelo Hamas.
Cerca de 30 brasileiros na Faixa de Gaza teriam feito o pedido pela repatriação, de acordo com o MRE. A informação foi confirmada à imprensa pelo secretário de África e de Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Duarte. Ao todo, 14 mil brasileiros vivem em Israel, e outros 6 mil na região da Palestina. No entanto, nem todos pediram resgate das áreas.
“Entre esses brasileiros tem também um grupo na Faixa de Gaza, um grupo de 30 brasileiros que enfrentam uma situação mais especifica. A esse respeito, o chanceler Vieira falou com o chanceler do Egito, porque essa repatriação envolve a passagem dessa pessoas por terra para saída ao Sul de Gaza, e depende autorização de autoridades egípcias para entrada naquele país e a vinda ao Brasil”, explicou o embaixador.
A maior ofensiva do Hamas contra o território israelense, no último sábado (7/10), culminou em um novo capítulo sangrento na história da região que vive décadas de conflito. Até o momento, as forças militares israelenses e o Ministério da Saúde palestino contabilizaram mais de 2,2 mil mortos desde o início do confronto.
Segundo o ministro Aloysio Gomides, diretor do Departamento Consular, o governo brasileiro conseguiu operacionalizar um serviço de transporte interno para trazer pessoas ao ponto de fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza. As tratativas estão sendo conduzidas pelo escritório de representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia.
“Nosso escritório em Hamalhah já contratou um serviço de transporte interno para trazer essas pessoas ao ponto [de fronteira entre Egito e Gaza]. Isso já está executado. Diante do cenário do momento e apesar dos riscos, esse é o plano principal e qualquer outra possibilidade que surgir e seja mais segura ao longo do tempo será considerada”, concluiu Gomides.
O ministério confirmou que desconhece a informação de que há brasileiros reféns do Hamas.
Itamaraty fala da passagem de Rafah, no Egito
O secretário de África e de Oriente Médio, embaixador Carlos Duarte, explicou que a passagem de Rafah, no Egito, é um dos maiores entraves da situação dos brasileiros que tentam ser repatriados e escolheram um caminho via terra.
“A situação desses brasileiros que se encontram em Gaza é muito particular, porque é uma zona conflagrada. [São] Duas questões: uma é o fato de que a passagem de Rafah tem uma abertura intermitente, em função da situação de segurança naquela zona. A outra é a questão da autorização para ingresso no território egípcio”, explicou o secretário de África e de Oriente Médio, o embaixador Carlos Duarte.
Duarte confirmou que o chanceler esteve com o território esperando autorização assim que possível. “Mas é preciso respeitar as autoridades egípcias e seus tramites”, concluiu.
Cinco dias de confrontos
Os habitantes da Faixa de Gaza continuam a sofrer bombardeios. Nesta quarta-feira (11/10), quinto dia de confrontos entre o exército israelense e o Hamas, uma nova frente de ataques foi aberta ainda na madrugada, conforme relato de correspondentes em Jerusalém.
Já em Israel, houve um massacre em Kfar Aza, perto de Sderot, no sul do país. Depois dos incidentes da terça-feira (10/10), na fronteira com o Líbano, com tiros de foguetes e uma resposta israelense, agora os morteiros vieram da Síria.