Brasileiras isoladas no Peru tentam voltar para casa há seis dias
Mãe e filha estão desde segunda-feira (16/03) presas em Arequipa. Com fronteiras fechadas e voos cancelados, elas cumprem isolamento
atualizado
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“Já não tenho psicológico para continuar aqui.” O relato é de uma brasileira de 33 anos que desde a última segunda-feira (16/03) tenta voltar para casa. A analista de marketing Amanda de Souza Viana está isolada no Peru desde que as fronteiras do país foram fechadas por conta da pandemia de coronavírus.
Desde então, nem autoridades brasileiras, como o Ministério das Relações Exteriores (MRE), nem a Latam, companhia em que a moradora de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, comprou as passagens, conseguiram dar uma solução para o problema de Amanda.
Isolada em um hotel e vendo os gastos se multiplicarem fora de seu controle, a jovem assiste ao que seria um passeio se tornar um pesadelo. “Era uma viagem tranquila, que duraria uma semana, e agora só Deus sabe quanto tempo ficarei aqui”, desabafa.
Amanda está com a mãe, a servidora pública Nice de Souza Viana, de 59 anos. “Tenho uma irmã grávida de quatro meses e a situação está muito estressante”, lamenta.
Gastos aumentando
Amanda explica que o principal entrave para voltar para casa é o local onde ela e a mãe estão: Arequipa, cidade distante pouco mais de mil quilômetros de Lima , capital peruana.
“Só estão retirando as pessoas de Lima e de Cusco. Todo dia mando e-mail e é sempre a mesma resposta: ‘aguardar’”, conta ao Metrópoles.
Por lá, a rotina segue regras duras de isolamento social. O governo peruano determinou um toque de recolher com validade de 5h as 20h. “Está tudo fechado, com exceção de farmácias e supermercados”, detalha.
Os valores gastos com o contratempo causado pelo coronavírus estão saindo do controle da família. Ao todo, elas podem ter que desembolsar R$ 6 mil a mais que o previsto.
“Praticamente uma segunda viagem. Se ficarmos até a quarentena do Peru acabar, que a princípio é até 31 de abril, gastaremos R$ 4,6 mil de hotel, R$ 1,8 mil de passagem e R$ 500 de seguro viagem”, detalha.
Versão oficial
A reportagem entrou em contato com o Palácio do Itamaraty e com a Latam.
O órgão e a companhia aérea pediram mais informações sobre Amanda e Nice para apurarem a situação, mas não se manifestaram até a última atualização deste texto. O espaço continua aberto a esclarecimentos.