metropoles.com

Isenção para compras até US$ 50 pode gerar perda de R$ 35 bi até 2027

Estimativa é da Receita Federal. Somatório inclui perdas de arrecadação calculadas para 2023, 2024, 2025, 2026 e 2027

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Miniseries/Getty Images
Mulher branca e jovem, de blusa branca, mexendo no celular. Ela segura sacolas de compra preta e vermelho
1 de 1 Mulher branca e jovem, de blusa branca, mexendo no celular. Ela segura sacolas de compra preta e vermelho - Foto: Miniseries/Getty Images

O fim da cobrança do imposto sobre importação para compras on-line de até US$ 50 pode gerar perda de arrecadação na ordem de R$ 34,93 bilhões até 2027, segundo cálculos da Receita Federal. A informação foi antecipada pelo jornal Valor Econômico, com base em uma nota técnica do órgão à qual o Metrópoles também obteve acesso.

A legislação atual prevê a aplicação da alíquota de 60% do imposto de importação no Regime de Tributação Simplificado. Segundo portaria publicada em junho pelo Ministério da Fazenda, a partir de 1º de agosto as remessas passarão a ser tributadas com alíquota zero caso o valor dos bens seja de até U$ 50 e o remetente, sendo uma plataforma de comércio eletrônico, ingresse no programa de conformidade da Receita (o Remessa Conforme) e recolha os devidos tributos estaduais.

O cálculo mostra que as perdas aumentam ano após ano. No caso de 2023, os valores são referentes apenas aos meses de julho a dezembro.

Veja abaixo o percentual de perda de impostos estimado:

  • 2023: R$ 2,874 milhões
  • 2024: R$ 6,512 milhões
  • 2025: R$ 7,416 milhões
  • 2026: R$ 8,470 milhões
  • 2027: R$ 9,661 milhões

O estudo não avaliou eventual ampliação da capacidade de atuação da Administração Tributária. Considerou-se que as importações serão processadas na mesma velocidade atual, com o mesmo nível de controle administrativo e de fiscalização, não havendo impacto no potencial arrecadatório decorrente desse tema, diz a nota técnica.

No início de junho, o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) unificou em 17% a alíquota de ICMS para as compras feitas em plataformas on-line de varejistas internacionais. A alíquota vale inclusive para compras abaixo de US$ 50 de empresas para pessoas físicas.

Pelas regras atuais, todas as compras de produtos importados eram taxadas, independentemente do valor. A isenção do imposto federal para valores de até US$ 50 se aplicava somente a remessas internacionais entre pessoas físicas, deixando empresas de fora.

Indústria mostrou preocupação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) calcula que a isenção pode gerar a demissão de mais de 500 mil pessoas na indústria até o final deste ano.

A indústria brasileira avalia que a Receita Federal não possui contingente de funcionários suficiente para fiscalizar todas as remessas internacionais que chegam ao Brasil. A CNI ainda destaca indícios de que algumas plataformas estrangeiras de comércio eletrônico têm burlado a legislação brasileira de importação de produtos de pequeno valor para ter isenção de tributos indevida.

E-commerce: Haddad indica que 2ª fase de plano tratará sobre imposto

No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as medidas para comércio eletrônico são o começo de um “plano de conformidade” para equilibrar a concorrência no varejo e indicou que a segunda etapa do plano vai definir o tamanho da alíquota que poderá ser cobrada pelo governo, isto é, o imposto federal que poderá incidir sobre as compras feitas pela internet.

“Na verdade, esse é o começo de um plano de conformidade. O problema todo que está gerando é o desequilíbrio entre o comércio local e o comércio de market place, um desequilíbrio muito grande. Então, nós estamos começando esse plano de conformidade para adequar para que a concorrência fique leal”, iniciou Haddad, em entrevista a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda.

Questionado se já sabe o tamanho da alíquota que poderá ser cobrada futuramente pelo governo, ele afirmou que ainda não é possível dizer. “Porque nós vamos fazer isso numa segunda etapa e nós nos comprometemos a fazer uma mesa de pactuação com eles.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?