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Irmãos Batista estão R$ 2,5 bi mais ricos 18 meses após grampo a Temer

Papéis da JBS valorizaram 23% desde maio de 2017. Donos de 40,6% da empresa, Joesley e Wesley detêm hoje R$ 13 bilhões em ações da companhia

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Joesley CPMI
1 de 1 Joesley CPMI - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Um ano e meio após o escândalo envolvendo os irmãos Joesley e Wesley Batista virem à tona, a JBS, dona da Friboi, voltou a se recuperar – e os dois estão R$ 2,5 bilhões mais ricos. Hoje, o valor de mercado da empresa – quase R$ 32 bilhões – é 23% maior em relação ao dia 17 de maio de 2017, quando as gravações de Joesley com o presidente Michel Temer (MDB) tornaram-se públicas. As ações nas mãos dos Batista, que detêm 40,6% da companhia, somam atualmente R$ 13 bilhões.

Um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, o grupo também teve seu nome envolvido, em março do ano passado, na Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades e pagamentos de propinas a agentes do Ministério da Agricultura. Mesmo com a reputação arranhada, o grupo conseguiu blindar sua operação e aumentar as vendas da companhia.

Para conter a crise e evitar o desmanche do império da família, Joesley e Wesley deixaram, em maio de 2017, o conselho de administração da JBS e de outras empresas sob o comando da holding J&F. Desde então, passaram a negociar diretamente com bancos e investidores a venda de parte de seus negócios para fazer caixa e evitar a cobrança antecipada de dívidas de cerca de R$ 20 bilhões que venciam até 2020.

Entre maio e agosto do ano passado, foram vendidos frigoríficos do Mercosul (para o Minerva) e a Alpargatas (para o Itaúsa). No mês seguinte, os irmãos venderam a Eldorado Celulose (para Paper Excellence) e a Vigor (para a mexicana Lala).

Quando os dois irmãos foram presos em setembro passado, José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, pai e fundador da JBS, voltou ao comando da empresa, com o apoio do BNDES, principal sócio do grupo, com 21,3% do negócio. Os netos de Zé Mineiro – Wesley Batista Filho e Aguinaldo Gomes Ramos – também passaram a integrar o conselho de administração da companhia.

Bancos ouvidos pela reportagem afirmaram que, 18 meses após a maior crise do grupo, vários investidores tentaram comprar a participação dos Batistas na JBS, mas os irmãos se negaram a vender a totalidade ou parte de suas ações, mesmo com forte prêmio oferecido pelos papéis. O foco desses investidores é comprar a fatia do BNDES.

No dia 18 deste mês, Joesley, Wesley e dois executivos que fizeram delação – Francisco de Assis e Ricardo Saud – serão ouvidos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa dos delatores pediu a oitiva.

O ministro vai decidir se acata ou não a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de anular os efeitos das delações, porque os donos da JBS teriam ocultado a suposta orientação prestada pelo ex-procurador Marcello Miller à J&F nas negociações, enquanto Miller ainda integrava o Ministério Público. Todos negam.

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