Irmã diz que Jairinho alegou queda como causa da morte de Henry
Thalita Fernandes, que já teve celular e notebook apreendidos pela 16ª DP, foi ouvida pela polícia nessa quarta-feira
atualizado
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Rio de Janeiro – Em depoimento ao delegado Édson Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e ao qual o Metrópoles teve acesso, Thalita Fernandes Santos, irmã do vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), contou que o político disse que o menino Henry Borel Medeiros morreu por causa de uma queda.
Segundo a fisioterapeuta, o irmão garantiu que estava dormindo na hora do acidente doméstico, hipótese descartada pela polícia. Padrasto do garoto e a mãe Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida estão presos acusados de envolvimento no crime.
“Que, perguntada se indagou ao seu irmão sobre o que havia ocorrido, respondeu que sim e que Jairinho lhe respondeu que não sabe o que aconteceu, pois estava dormindo; Que Jairinho lhe disse apenas que Henry passou mal, eles levaram para o hospital e Henry faleceu; Que depois, quando o conteúdo do laudo de exame de necropsia veio a público pela imprensa, Jairinho lhe disse que acredita que tenha sido uma queda, porém reafirmou que estava dormindo e que não sabe ao certo o que aconteceu”, relata um dos trechos do depoimento,
Sobre a madrugada da morte de Henry, no dia 8 de março, Thalita contou aos investigadores que soube da tragédia por uma ligação de Jairinho para a mãe, por volta das 5h.
Thalita virou peça fundamental da investigação. Ela teve um telefone e um notebook apreendidos pela polícia. No depoimento da babá de Henry, Thayna de Oliveira Ferreira, o nome de Thalita foi mencionado 21 vezes. A irmã de Jairinho figura no depoimento de Thayna como a responsável por avisar à babá que Henry havia “passado mal e falecido”.
Dias depois, Thalita também ligou para Thayna e pediu para ela ir à casa da mãe, em Bangu, zona oeste do Rio, onde encontrou com Leila Rosângela, a empregada da casa de Monique e Jairinho, e dali seguiram para o escritório do advogado André França, no centro do Rio.
Lá, a babá do menino teria sido instruída por Monique a mentir, caso interrogada pela polícia. Thayna alegou que Thalita disse para ela não julgar o irmão.
“Que a declarante afirma que perguntou para Thayna se ela tinha visto qualquer anormalidade, sendo que Thayna falou para a declarante que nunca tinha visto nada de anormal, nenhum evento estranho, e a declarante disse que Thayna tinha que falar a verdade”, concluiu.
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram o fim de semana anterior normalmente. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique, e com Dr. Jairinho.
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8 ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo registro policial registrado pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.