Iphan barra nova versão de escudo antidrones em palácios presidenciais
Após torre de 20 metros na laje do Palácio do Planalto ser vetada, equipe do general Heleno tentou opção de 1,5 metro, mas não há acordo
atualizado
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) voltou a frustrar os planos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de instalar antenas para criar um escudo antidrones nos palácios do Planalto, da Alvorada e do Jaburu. Em novo parecer protocolado nesta quinta-feira (6/8), um dia após o Metrópoles revelar o embate para instalar as torres nos monumentos, a área técnica do órgão considerou que a instalação de estruturas menores do que as planejadas inicialmente, de até 20 metros, também ferem o tombamento.
O órgão comandado pelo general Augusto Heleno está tocando o “Projeto de Proteção das Instalações Presidenciais (ProPR)”, mas esbarrou na resistência do Iphan e está com a missão, pela qual está pagando R$ 2,49 milhões, parada desde abril deste ano.
Foi quando um primeiro parecer rejeitou a ideia de se instalar estruturas de 20 metros no teto do Palácio do Planalto (mesma altura do prédio), de 10 metros no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República, e de 6 metros na laje do Palácio do Jaburu, morada do vice.
A nova versão, recém-rejeitada, prevê antenas menores, de 5 metros nos palácios-residência e de 1,5 metro no prédio que fica na Praça dos Três Poderes. Por causa do tamanho reduzido, porém, a empresa Segurpro Tecnologia em Sistemas de Segurança previu a necessidade da instalação de duas dessas antenas menores (simulação na imagem em destaque).
O novo parecer estava com acesso restrito no processo administrativo até o fechamento desta reportagem. Segundo a assessoria de comunicação do Iphan, porém, trata-se de uma burocracia técnica.
“O documento mencionado está classificado no Sistema Eletrônico de Documentos-SEI/IPHAN como Acesso Restrito por se tratar de Documento Preparatório. Tal classificação é apenas momentânea e será dado o acesso ao mesmo quando finalizados os procedimentos de análise correspondentes”, informou o órgão.
Vulnerabilidade
Fontes com acesso ao processo garantiram ao Metrópoles que o parecer é novamente pela rejeição. A decisão foi tomada apesar da pressão que tem sido feita pela equipe de Heleno, que apela para questões de segurança nacional e para a urgência de se corrigir uma “vulnerabilidade para a atividade de segurança das mais altas autoridades do Poder Executivo”.
Procurado pela reportagem, o GSI repetiu que cabe à empresa resolver o problema. “Informamos que a Segurpro Tecnologia em Sistemas de Segurança, por exigência do processo licitatório, deve apresentar uma solução adequada às exigências do Iphan, por tratar-se de área tombada”, destacou o órgão, em nota.
As antenas fazem parte de um sistema de detecção e interceptação de possíveis drones hostis na região central de Brasília. Pelo contrato, a empresa vai também treinar servidores do GSI para operar o sistema.
Se um objeto entrar no radar, o sistema pode cortar sua comunicação com o controlador e desviar sua trajetória.
Arquitetura
A revelação pelo Metrópoles dos planos do GSI alarmou os admiradores da obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Veja o protesto de um perfil no Instagram dedicado a mostrar a obra do artista, morto em 2012.
A postagem, feita em inglês e português para 89 mil seguidores, lamenta não ser uma piada a ideia de instalar as torres nos palácios presidenciais.