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Investigados por tortura, seis policiais militares são presos em Goiás

Além da prisão, os policiais militares também tiveram os celulares apreendidos. Prisão foi pedida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO)

atualizado

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MPGO/João Sérgio Araújo
goias ministerio publico
1 de 1 goias ministerio publico - Foto: MPGO/João Sérgio Araújo

Goiânia – A Auditoria Militar da PM decretou a prisão preventiva de seis policiais militares envolvidos em caso de tortura ocorrido no último mês de janeiro, na capital goiana. O órgão, que acolheu pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO), determinou ainda a busca e apreensão dos telefones celulares dos agentes.

Eles são investigados por supostas práticas de extorsão, sequestro, violação de domicílio e falsidade ideológica, todos do Código Penal Militar; além do crime de tortura, da Lei de Abuso de Autoridade; e de organização criminosa armada, prevista no Código Penal.

Presos, os suspeitos foram identificados como Guilherme Carrijo Alvarenga, Lúcio Monsef Ferrera, Gabriel Vinícius Lourenço Freitas, Márcio Junqueira da Silva, Celimar dos Santos Ferreira e Iago Henrique Costa Silva. Os dois últimos, segundo relato da vítima, teriam chegado ao local para o qual ela foi encaminhada, em uma viatura caracterizada da Polícia Militar.

Entenda o caso

De acordo com o MPGO, o pedido de prisão teve como base o depoimento da vítima. Segundo ela, no dia 7 de janeiro deste ano, por volta das 20h, conduzia seu carro, acompanhada por seu companheiro e um casal de amigos, com filho pequeno, quando houve a abordagem.

Conforme o relato, durante o deslocamento, nas imediações de um supermercado, o automóvel em que ela estava foi abordado por um carro descaracterizado, de cor branca, cujos ocupantes desembarcaram e se identificaram como policiais militares.

A vítima informou que, posteriormente, chegou no local um outro veículo, também descaracterizado e ocupado por outros homens. Eles igualmente se identificaram como policiais militares, não estando nenhum deles fardados.

Em seguida, a mulher declarou que, durante a abordagem, os policiais exigiram a entrega de uma quantia em dinheiro (R$ 50 mil) e uma determinada quantidade de crack. Quando ela respondeu que não possuía esses itens, os policiais, mesmo sem nenhum indício da existência de crime, a retiveram e a levaram, com todos os demais ocupantes do carro, a um posto de combustível.

A mulher foi conduzida na “gaiola” da viatura caracterizada, conduzida pelos policiais Celimar Ferreira e Iago Silva. Os demais foram levados nas viaturas descaracterizadas e o veículo da vítima foi conduzido por um dos policiais militares sem farda e deixado na área do posto.

Tortura

Na sequência, a vítima afirmou que todos foram levados para uma área isolada no Bairro Boa Vista, onde os veículos entraram em uma estrada de terra e se dirigiram até uma área de mata fechada. Lá, a vítima contou que foi separada do grupo, agredida e torturada, e que as agressões só terminaram quando ela prometeu aos policiais que entregaria a eles determinada quantidade de cigarros que teria em casa.

Ainda segundo o relato da vítima, chegando ao local indicada, dois dos policiais invadiram o imóvel e começaram a fazer buscas no local, sem que tivessem qualquer decisão judicial que os autorizassem. No entanto, nada foi encontrado. Após algumas voltas, a vítima e o casal de amigos foram libertados.

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