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Investigado, ex-procurador Marcelo Miller pode voltar a advogar

A carteira da Ordem dos Advogados do Brasil dele foi suspensa por 90 dias, mas prazo expirou domingo (10/12) e o documento voltou a valer

atualizado

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Marcello Miller
1 de 1 Marcello Miller - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ex-procurador da República Marcelo Miller, acusado de ter usado o cargo na Procuradoria-Geral da República para favorecer os irmãos Batista na delação da JBS, já pode voltar a advogar. A carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) dele foi suspensa por 90 dias, mas esse prazo expirou no último domingo (10/12). Assim, o documento voltou a ser válido.

Marcelo Miller disse, por meio de sua assessoria, que ainda não foi informado oficialmente do término da suspensão e que, por enquanto, não irá voltar ao trabalho.

Miller trabalhava com o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot até março deste ano, pouco antes do fechamento de acordo de colaboração premiada firmada pela procuradoria com a JBS. Na PGR, além da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, Marcelo Miller também ajudou a negociar os termos da colaboração de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, e de Delcídio do Amaral, ex-senador – ambos implicados na Lava Jato.

Pouco depois das delações dos Batista, Miller se desligou do Ministério Público Federal (MPF) para se tornar sócio de um escritório de advocacia que tem, entre suas atividades, negociações de delação e na lista de clientes, a JBS. Assim, o ex-procurador é acusado de fazer jogo duplo e atuar em conflito de interesses.

Outro lado
Em nota, a assessoria de imprensa do ex-procurador informou que “Marcello Miller não cometeu crime algum”. “A alegação de uso do cargo por Miller é inteiramente desprovida de fundamento e colide com a prova documental por ele apresentada à CPI [da JBS] em sessão aberta. A prova é clara no sentido de que Miller não exerceu, no MPF, nenhuma atribuição relativa ao grupo J&F, seus controladores ou seus executivos”, completou.

Mesmo com a autorização para voltar a advogar, o jurista ainda é alvo de investigações pela Polícia Federal e responde processo interno ético na OAB para esclarecer sua conduta.

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