Investigada, empresa da ex de Wassef ganha licitação de R$ 9 milhões
Concorrente deu lance um centavo mais barato no pregão eletrônico, mas foi desclassificada por critérios técnicos
atualizado
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Empresa ligada à ex-mulher do advogado Frederick Wassef, a Globalweb Outsourcing, ganhou licitação de R$ 8,999 milhões para prestar serviços de computação em nuvem por três anos para a Postal Saúde, operadora de planos de saúde privados subsidiária dos Correios.
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo em setembro para investigar se a empresa Globalweb, à qual Cristina Wassef tem ligação, havia sido beneficiada com contratos no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De janeiro de 2019 a junho de 2020, a companhia recebeu R$ 218 milhões do governo.
Um relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que Wassef recebeu repasses de R$ 2,3 milhões da filha de Cristina e sócia da Globalweb, Bruna Boner Leo Silva. As informações são do jornal O Globo.
O governo federal havia suspendido ainda uma multa de R$ 27 milhões aplicada a um consórcio de empresas contratado em 2014, mas que não entregou todos os serviços pela Dataprev, vinculada ao Ministério da Economia. Entre as integrantes do consórcio multado está a Globalweb.
Pregão Eletrônico
A ex-mulher de Wassef é uma das fundadoras da Globalweb, administrada atualmente por Bruna Boner, uma de suas filhas. Cristina ficou impedida de participar de contratações do governo após ser condenada na Operação Caixa de Pandora, mas acabou inocentada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT).
Inicialmente, uma empresa concorrente deu um lance um centavo mais barato no pregão eletrônico, mas foi desclassificada por critérios técnicos. Segundo Cleber Gomes, diretor de operação comercial da Globalweb, a empresa atendeu todos os requisitos para vencer o edital.
“A segunda empresa não conseguiu cumprir, e na sequência a gente foi chamado, apresentamos nossa documentação e marcamos o processo técnico, que durou três dias. Atendemos todos os requisitos técnicos”, afirmou.
Em nota, a Postal Saúde disse não ter identificado nenhuma irregularidade. “A Global Web Outsorcing do Brasil participou do pregão eletrônico público juntamente com outras sete empresas e ficou em 2º lugar. Ela assumiu a preferência na contratação após a 1ª colocada não apresentar a documentação necessária, inviabilizando a continuidade do processo.”