Investigada, compra da Covaxin foi a mais rápida entre as vacinas
A aquisição do imunizante indiano levou apenas 3 meses e 5 dias entre o primeiro contato e a assinatura do contrato
atualizado
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A aquisição da Covaxin pelo Ministério da Saúde foi a mais rápida entre todos as negociações de compra de imunizantes conduzidas pelo Ministério da Saúde. Foram apenas três meses e cinco dias entre o primeiro contato com a Precisa Medicamentos, ocorrido em 20 de novembro de 2020, e a assinatura do contrato, em 25 de fevereiro deste ano.
O Ministério Público Federal (MPF) encontrou indícios de crime na aquisição das 20 milhões de doses da Covaxin, que custaram R$ 1,6 bilhão, ou cerca de R$ 80 por vacina. Como comparação, uma dose do imunobiológico desenvolvido pela Universidade de Oxford e AstraZeneca custa menos de R$ 20.
A celeridade na transação com a Precisa Medicamentos, que representa a indiana Bharat Biontech no Brasil, contrasta com a demora para assinar outros contratos. No caso da Pfizer, por exemplo, foram 11 meses entre o contato inicial e a assinatura. O primeiro diálogo da empresa norte-americana com o Ministério da Saúde foi feito em 22 de abril de 2020, mas a negociação só foi celebrada em 18 de março deste ano.
Em relação à Janssen, a demora foi de 10 meses, com a primeira reunião em 13 de maio do ano passado e a assinatura do contrato sendo firmada também em 18 de março deste ano, na mesma data da transação com a Pfizer.
A negociação com a Precisa foi mais rápida até do que as tratativas com a Universidade de Oxford e com o Instituto Butantan. No primeiro caso, foram quatro meses entre o primeiro contato, feito em 8 de maio do ano passado, e a assinatura da Encomenda Tecnológica pela empresa britânica e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Já com o Instituto Butantan, o primeiro contato listado pelo Ministério da Saúde foi em 6 de agosto de 2020, mas o órgão só celebrou a compra em 7 de janeiro deste ano, o que significa demora de cinco meses.
As informações sobre as datas são do próprio Ministério da Saúde e estão na Nota Informativa 24/2021, escrita em resposta a requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) feito no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O documento teve o sigilo levantado em 16 de junho.