Moraes esperou “momento certo” para ordenar ação contra Marcos do Val
Ministro recebeu pedido da PF em abril e optou por aguardar. Ele ordenou a busca e apreensão sem que policiais tivessem requerido a medida
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estava desde abril deste ano com a representação na qual a Polícia Federal (PF) solicitou medidas contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Os policiais haviam solicitado a prisão do parlamentar ou o afastamento dele do mandato no Senado. Não havia pedido de busca e apreensão.
Moraes, porém, não decidiu de imediato. Optou por deixar a representação da PF em “banho-maria”. Até que, na noite desta quarta-feira, quase dois meses depois, resolveu assinar a ordem cumprida na tarde desta quinta.
Com um detalhe: o pedido dos policiais federais não incluía busca e apreensão. Foi o próprio ministro que, por conta própria, decidiu que esse era o passo que precisava ser dado na investigação.
A ordem foi cumprida no dia aniversário de Marcos do Val, e após ele publicar em uma rede social que “é notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes”. O senador ainda escreveu, na sequência: “Quem trai a Constituição é um traidor da pátria!”.
Além de assinar a ordem de busca e apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos no gabinete de Marcos do Val no Senado e nos endereços residenciais dele em Brasília e em Vitória, o ministro mandou que os perfis do senador nas redes sociais fossem suspensos.
Do Val é investigado por tentar atrapalhar as investigações sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. No começo do ano, ele também admitiu publicamente ter tratado com Jair Bolsonaro sobre um plano para derrubar Moraes e colocar sob suspeição as eleições presidenciais de 2022.