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Ex-subordinado de Pazuello nega ter recebido dinheiro de “homem da mala”

“Não tenho nenhum envolvimento”, diz Laurício Cruz. Ele alega ter conhecido entregador na área acadêmica

atualizado

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PF flagra entrega de dinheiro para diretor de imunização de Pazuello
1 de 1 PF flagra entrega de dinheiro para diretor de imunização de Pazuello - Foto: Reprodução

Diretor de Imunização do Ministério da Saúde na gestão do general Eduardo Pazuello, no governo de Jair Bolsonaro, Laurício Monteiro Cruz negou ter recebido dinheiro de Pedro Salomão, preso pela Polícia Federal sob suspeita de integrar um esquema que desviou recursos destinados pelo Ministério da Educação para a aquisição de kits de robótica.

Laurício, que hoje está lotado na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, disse que jamais recebeu vantagem indevida em razão dos cargos que ocupou. O flagrante em que ele aparece foi revelado pelo Metrópoles na última terça-feira.

O ex-diretor do Ministério da Saúde confirma ser ele quem aparece nas imagens feitas pela PF, mas nega ter recebido um pacote de Pedro Salomão, como afirmam os policiais em um relatório anexado ao inquérito.

Ao Metrópoles, Laurício disse conhecer Pedro do meio acadêmico. “Conheci no meio acadêmico de estudos e pesquisas de interesse exclusivamente particular. Nada de órgão público”, afirmou.

Laurício Cruz declarou ainda não ter qualquer relação com as suspeitas que envolvem o MEC. “Eu desconheço completamente o que ocorreu no MEC, não tenho e nunca tive trabalho neste órgão. Pelo amor de Deus, acredite eu não tenho nenhum envolvimento”, disse ele nesta quinta-feira.

O flagrante

As imagens foram registradas após a Polícia Federal monitorar a rotina de Pedro Salomão e da mulher dele, Juliana Salomão. O casal é ligado a uma rede de empresas fantasmas por cujas contas transitaram recursos do esquema e foi preso pela PF por, supostamente, atuar como o braço financeiro da quadrilha responsável pelos desvios.

Além das imagens de Laurício, a PF registrou uma entrega feita ao deputado federal Gilvan Máximo, do Republicanos do DF. Máximo admite que no pacote havia dinheiro, mas alega tratar-se do pagamento de dois relógios da marca Rolex que ele havia vendido a Pedro Salomão.

Rotina de entregas

A investigação aponta que havia uma rotina de entrega de pacotes por Pedro e Juliana Salomão. Para fazer imagens da distribuição, a PF montou um cerco em torno do casal. Foi justamente aí que Laurício Cruz e Gilvan Máximo caíram na malha dos policiais.

No caso de Laurício Cruz, os investigadores escreveram em um relatório anexado aos autos que ele recebeu um pacote de Pedro no estacionamento de uma churrascaria localizada nas proximidades da Esplanada dos Ministérios. A PF registrou o encontro em vídeo. Veja:

 

Passagem conturbada

No Ministério da Saúde, a nomeação e a exoneração de Laurício Cruz foram marcadas por polêmica. Ao assumir, ele enfrentou críticas por ser médico veterinário e ter sido escolhido para comandar a área de imunização. Mais tarde, foi exonerado após ser mencionado no escândalo que envolveu uma suposta compra de vacinas superfaturadas.

Laurício formou-se veterinário pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro Oeste (Unidesc) e tem mestrado pela Universidade de Brasília (UnB). Seu currículo faz menção a experiências nas áreas de saúde coletiva e vigilância ambiental em saúde, vigilância epidemiológica, vigilância Sanitária e vigilância do trabalhador com ênfase em zoonoses e doenças transmissíveis.

Até 21 de fevereiro de 2022, ele foi presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal.

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