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Interventor descarta ocupação permanente de comunidades no Rio

Em entrevista coletiva, o general Braga Netto disse que o objetivo da intervenção é “recuperar a credibilidade, o orgulho de ser policial”

atualizado

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ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO
Alto comando do Exército se reúne para debater execução do decreto de intervenção
1 de 1 Alto comando do Exército se reúne para debater execução do decreto de intervenção - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO

Em sua primeira entrevista coletiva após ser nomeado interventor federal no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto falou, de forma superficial, sem detalhamento, sobre as ações no estado na manhã desta terça-feira (27/2). Para ele, o principal objetivo do trabalho “é o que está no decreto do presidente Temer: recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade”. O militar negou qualquer planejamento de ocupação permanente em comunidades do Rio: “Não existe”.

A primeira medida da intervenção será a instalação de um gabinete, que funcionará no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova. Haverá aporte financeiro, mas, segundo o general, os valores ainda não foram levantados. “No momento, o que temos é o previsto no decreto”, resumiu.

De acordo com Braga Netto, o objetivo da intervenção é “recuperar a credibilidade, o orgulho de ser policial”, frisou, complementado pelo chefe de Gabinete de Intervenção, general Mauro Sinott Lopes: “Precisamos que os órgãos de segurança entendam a intervenção como uma janela de oportunidade para trabalhar gargalos que trazem dificuldade para os órgãos”.

Braga Netto citou o efetivo policial e obstáculos à logística como empecilhos. “Esses assuntos serão tratados. Conversamos nesta semana com órgãos de segurança. Vários projetos estão em andamento. Isso (intervenção) vai representar melhora da percepção da segurança, com presença mais efetiva nas ruas”, explicou.

Questionado sobre a atuação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades fluminenses, o interventor disse apenas que “toda a sistemática de gerenciamento será mantida”. Porém, na sequência, o general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Rio, afirmou existir “a necessidade do redirecionamento de ações nessa área”.

O general Netto falou ainda sobre a corrupção nas polícias do Rio. Segundo ele, a intervenção pretende “fortalecer as corregedorias e tomar as medidas necessárias para que o bom profissional seja valorizado e o mau, penalizado”. Mas ele refutou a possibilidade de mudanças nas cúpulas das polícias Civil e Militar.

Depois de ter falado, na semana passada, que a violência no Rio “é muita mídia”, o interventor pediu o apoio da imprensa nesta terça-feira. “Intenção era que a mídia abordasse aspectos positivos. Há violência no Rio. O sistema de segurança no Rio passou e ainda passa por dificuldades, mas não deixou de funcionar. O que espero da imprensa é isso. Acho que estão tomando medida correta para mudar essa percepção que a segurança pública não existia”, esclareceu Netto.

 

 

 

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