Interferência na PF: Celso de Mello autoriza depoimento de Paulo Marinho
Ministro atendeu a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de 17 maio. Empresário deverá ser ouvido na terça-feira
atualizado
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O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o depoimento do empresário Paulo Marinho no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir na Polícia Federal.
Ele atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de 17 maio. Pela decisão, Paulo Marinho deverá ser ouvido na próxima terça-feira (26/5), às 9h, na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Paulo Marinho disse ao jornal Folha de S.Paulo que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, foi avisado com antecedência por um delegado sobre a deflagração da Operação Furna da Onça. Flávio nega a acusação.
De acordo com Marinho, um delegado da PF teria informado o clã Bolsonaro sobre a operação e aconselhado que eles demitissem o ex-assessor de Flávio Fabrício Queiroz, apontado como possível operador do esquema no gabinete do então deputado estadual; e contado a eles que a deflagração ficaria para depois das eleições de 2018, para não prejudicar o atual presidente no pleito.
A operação levou à prisão de diversos parlamentares fluminenses em novembro de 2018.
O inquérito no qual será incluído o depoimento do empresário foi aberto por Celso de Mello em 27 de abril, a pedido da PGR.
O caso esbarra na denúncia do então ministro da Justiça, Sergio Moro, que pediu demissão do cargo afirmando que Bolsonaro tentou interferir na PF ao demitir o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e ao cobrar a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.