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Intercept: Flávio Bolsonaro teria financiado prédios de milícia

Investimento para as edificações seria com dinheiro de “rachadinha”, conforme reportagem do site

atualizado

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Flávio Bolsonaro
1 de 1 Flávio Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) teria financiado e lucrado com a construção ilegal de prédios erguidos pelas milícias usando dinheiro público. A denúncia é do site The Intercept Brasil.

Segundo documentos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) divulgados pelo site neste sábado (25/04), o investimento para as edificações levantadas por três construtoras teria vindo de “rachadinha”, supostamente coletada no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (foto em destaque) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Após a publicação, porém, o Ministério Público do Rio de Janeiro soltou nota pública dizendo que a matéria “não reflete a verdade dos fatos”. A instituição, porém, não enumerou quais seriam os erros, alegando que o processo está sob sigilo. Veja a nota completa no fim desta reportagem.

O andamento das investigações que fecham o cerco contra o filho de Jair Bolsonaro (sem partido) é um dos motivos para que o presidente tenha pressionado o ex-ministro Sergio Moro pela troca do comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que também investiga o caso, e em Brasília.

Ao deixar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública nessa sexta-feira (24/04), Moro disse que o presidente queria “interferir politicamente” na Polícia Federal. E também que teria pedido para ter acesso a relatórios da corporação. O presidente negou a interferência, poucas horas depois. E disse que o ex-ministro “tem compromisso com o ego e não com o Brasil“.

“Presidente queria alguém para ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência. Isso não é papel da Polícia Federal”, argumentou o ex-juiz, durante pronunciamento. “O grande problema não é tanto essa questão de quem colocar, mas por que colocar, e permitir que seja feita a interferência política no âmbito da Polícia Federal”, acrescentou, ao se referir à exoneração de Maurício Valeixo no comando da PF.

A apuração do suposto esquema envolvendo o senador preocupa a família Bolsonaro. Segundo a reportagem,  os advogados do senador já pediram por nove vezes que o procedimento seja suspenso.

O inquérito do Ministério Público apura delitos como organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público). Está sob sigilo.

Os investigadores cruzaram informações bancárias de 86 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema ilegal, que serviu para irrigar o ramo imobiliário da milícia.

Os dados mostrariam que o hoje senador teria recebido o lucro do investimento dos prédios, por meio de repasses feitos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega – executado em fevereiro – e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.

Adriano da Nóbrega foi morto a tiros em fevereiro em um controverso cerco policial no interior da Bahia com indícios de queima de arquivo. Foragido da Justiça, o ex-capitão estava escondido no sítio de um vereador bolsonarista. Os diversos celulares do miliciano ainda aguardam por perícia.

Nas redes sociais e nas poucas entrevistas em que falou sobre o suposto esquema de rachadinha, Flávio Bolsonaro afirma ser vítima de perseguição da imprensa e critica o vazamento de informações do processo. O político também afirma não ter conhecimento sobre o fracionamento de salários de seus funcionários. Procurado pelo site, o senador não se manifestou.

Veja a nota do MP:

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), esclarece que, em relação à matéria publicada no site Intercept “Rachadinha de Flávio Bolsonaro financiou prédios ilegais da milícia no Rio”, veiculada neste sábado (25/04), a publicação não retrata a verdade dos fatos. E que, em razão do sigilo decretado nas investigações, não é possível fornecer outras informações no momento.

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