Integrante negro de orquestra do Rio é preso; maestro defende inocência
Luiz Justino é acusado de praticar um roubo em 2017, mas o maestro afirma que ele estava tocando em um estabelecimento no dia do crime
atualizado
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Um homem, identificado como Luiz Justino, foi preso, nessa quarta-feira (2/9), suspeito de praticar um roubo em 2017. De acordo com informações do jornal O Globo, o jovem negro de 22 anos é integrante da Orquestra da Grota, em Niterói (RJ).
Entretanto, o presidente da orquestra, Paulo Tarso, afirmou que Luiz estava tocando em uma padaria a quase 8 quilômetros do local do crime no dia do roubo. Tarso alegou que Luiz foi levado para a delegacia após ser detido por tocar nas ruas.
Em seguida, foi constatado que havia um mandado de prisão em aberto referente ao roubo de 2017, pelo qual Luiz seria suspeito.
“Um jovem que estuda, tem residência fixa, mas é negro e pobre. A polícia disse que o mandado de prisão foi expedido depois que a vítima reconheceu ele por foto como autor do crime, mas o Luiz não tinha nem passagem pela polícia. Como foi feito esse reconhecimento se ele não era fichado?”, questionou o presidente da orquestra.
Tarso afirmou ainda que, na época do roubo, Luiz tinha um contrato para se apresentar em uma padaria de um bairro nobre de Niterói. “Ele estava lá tocando, mas me parece que é mais fácil colecionar jovens negros e pobres e acusá-los de crimes que não cometeram”, afirmou.
A Le Dépanneur, padaria onde o jovem tocava, informou que a Orquestra de Cordas da Grota foi contratada pelo estabelecimento até 2019. “No dia 5 de novembro de 2017 a Orquestra tocou em nossa loja, no período entre 9h e 11h. Infelizmente não podemos afirmar quais músicos estavam nesse dia”, destacou.
O crime
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima contou que foi abordada, em 5 de novembro de 2017, por quatro criminosos armados que estavam em um carro branco. Ela teve todos os pertences levados, e na investigação policial consta que Luiz Justino foi reconhecido por fotografias.