Integrante de mandato coletivo na Alesp diz que “foi desligada sumariamente”
Raquel Marques (Rede) era codeputada da Bancada Ativista e divergiu de colegas sobre a importância da volta às aulas
atualizado
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São Paulo – Raquel Marques (Rede) anunciou em suas redes sociais que foi “sumariamente desligada de seu mandato sem nenhum procedimento ou direito à defesa”. Ela era codeputada da Bancada Ativista (PSol), um mandato coletivo que atua na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Segundo Marques, sua saída foi motivada por duas postagens em suas redes sociais no fim de semana passado. Nas publicações, Raquel Marques defendeu a volta às aulas de estudantes vulneráveis e criticou um desequilíbrio de atenção entre a pauta da educação e as pautas voltadas ao público LGBT.
“Acredito que o campo da esquerda tem olhado com pouca atenção às nossas crianças e adolescentes, que estão sendo negligenciadas de sua educação pela forma como tem se discutido a iminente reabertura das escolas nesse período de pandemia”, declarou Marques.
Para a Bancada Ativista, as publicações de Marques foram compreendidas como “um ataque à luta das LGBTs, e, assim, viola nossos princípios éticos, apontando como opostas as lutas pelo cuidado das crianças e pela vida das pessoas trans”.
Raquel Marques diz se sentir indignada com a justificativa, por ser uma mulher bissexual e ativista feminista há 20 anos. “A luta pelos direitos humanos sempre foi o que defendi. É absurda a acusação de transfobia.”
Sobre os mandatos coletivos
O mandato coletivo é exercido através de um acordo informal entre o titular nominal do mandato e demais integrantes do grupo, que recebem o título informal de “codeputado” e, formalmente, são assessores do integrante titular.
Sem regulação específica, codeputados podem ser desligados sem processos tradicionais de destituição de mandato.
Sobre a bancada ativista
A titular oficial da Bancada Ativista é a deputada Mônica Seixas (PSol). No início do mandato, a Bancada era formada por nove integrantes. Uma delas é a atual vereadora de São Paulo Erika Hilton (PSol), que declarou que “não teve boa experiência com o modelo coletivo”. “Nos mandatos coletivos quem ocupa a cadeira é a cabeça de chapa, as outras pessoas são coadjuvantes”, declarou Hilton durante a corrida eleitoral.