Instituto Marielle: “Destino da democracia depende da solução do caso”
MPRJ investiga se Rogério de Andrade, líder de organização criminosa de jogos de azar, tem relação com a morte da vereadora Marielle Franco
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A operação Calígula, comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e voltada a esquemas de jogos de azar, levantou uma nova linha de investigação no caso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em março de 2018.
A partir disso, o Instituto Marielle Franco se manifestou por nota nesta quarta-feira (11/5): “A cada notícia que mostra que as investigações do caso Marielle e Anderson levaram à descoberta de mais um esquema de organização criminosa – a maioria deles envolvendo o Estado brasileiro – fica evidente que o destino da democracia e da justiça do país dependem da resolução desse caso”.
Os alvos da operação foram Rogério de Andrade e o filho Gustavo, que estão foragidos. Eles são denunciados como os responsáveis pela expansão de jogos de azar no Rio de Janeiro. O esquema ilegal começou em abril de 2018, com a ajuda de Ronnie Lessa – PM reformado e réu pela morte de Marielle e de Anderson -, um mês após o assassinato dos dois.
“Estamos revisitando tudo o que já foi encontrado. É fato notório da ligação entre Ronnie Lessa e Rogério Andrade. Desde o primeiro momento, essa é uma das linhas mais fortes de investigação”, disse Diogo Erthal, promotor de justiça e integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Logo após a fala, o promotor se retratou e afirmou que essa seria uma das linhas de investigação, mas não necessariamente a principal.
“Estamos falando de pessoas poderosas que utilizaram de seus cargos políticos, do Estado e das forças armadas para desviar dinheiro público, fortalecer grupos criminosos, violentos e armados contra a população, e que chegaram ao ponto de tirar a vida de uma parlamentar eleita”, disse o Instituto Marielle Franco.
Na operação, 12 pessoas acabaram presas, 24 pedidos de prisão foram expedidos, 119 mandados de busca e apreensão foram feitos e 30 pessoas acabaram denunciadas. A delegada Adriana Belém foi presa com R$ 1,8 milhão em espécie em sua casa. O delegado Marcos Cipriano também foi detido e em sua residência foram encontradas cópias de mandados de prisão, o que indica vazamento da operação.
A nota do instituto reforça a importância do desmonte de organizações criminosas e a busca por respostas.
“O caso de Marielle deve ser lido como um ponto chave para a desmobilização de grupos ilegais no estado do Rio, desde a milícia à contravenção. Historicamente estamos reféns desta articulação criminosa institucional. A cada denúncia, operação e ação gerada a partir da investigação do assassinato de Marielle, devemos reforçar a importância e a necessidade das autoridades responderem quem mandou matar Marielle e porquê”.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.