Instituto General Villas Bôas resgata pensadores brasileiros em série de livros
O Instituto General Villas Bôas lança nesta segunda a coleção “Os pensadores do Brasil” para debater as grandes questões nacionais
atualizado
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Com o objetivo de resgatar o pensamento clássico brasileiro e trazê-lo para o debate público contemporâneo, um instituto idealizado por um dos militares de maior influência no país, o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, lançou nesta segunda-feira (21/12) os primeiros passos de uma ambiciosa missão: editar 200 livros da coleção “Os pensadores do Brasil”.
Trata-se da reedição de obras clássicas lançadas a partir da Independência do país, em 1922, que estão esgotadas há muito tempo e são difíceis de achar, e de livros que, para os membros do instituto, ainda têm muito a contribuir para a construção do Brasil atual.
O Instituto General Villas Bôas (IGVB) lançou nesta segunda, em cerimônia na capital federal que contou com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), os primeiros quatro livros da coleção, que deverão estar à venda nas livrarias antes da virada do ano e também serão distribuídos, em 2021, para bibliotecas particulares e públicas, mirando sobretudo a área universitária.
Foram lançadas nesta segunda as seguintes obras:
- Organização Nacional, de Alberto Torres, com prefácio do professor Carlos Ivan Simonsen
- Geopolítica e Poder, de Golbery do Couto Silva, com prefácio do general Alberto Mendes Cardoso
- A Missão Rondon e a Expedição Roosevelt, com o prefácio do indigenista Mercio Pereira Gomes
- A Amazônia e a Cobiça Internacional, de Arthur Cezar Ferreira Reis, com prefácio do general Villas Bôas
O instituto que homenageia o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas tem um conselho editorial constituído por intelectuais que fizeram a seleção dos títulos da coleção. Apesar de os primeiros títulos e autores refletirem principalmente uma visão de pensadores do círculo militar sobre as grandes questões nacionais, o diretor do IGVB, general Marco Aurélio Costa Vieira, garante que a coleção não tem amarras ideológicas e trará obras de pensadores clássicos das várias áreas de pensamento, “sem conotação político-partidária”.
“Vamos reverberar Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Sergio Buarque de Holanda, autores de todas as conotações, mas voltado ao Brasil, sem extremismo”, disse ele ao Metrópoles após o lançamento. “Queremos resgatar a brasilidade no pensamento. Estamos, por um motivo talvez ideológico, eu diria bobo, pouco centrados em nossas produções intelectuais”, analisou o militar.
“Vamos resgatar antigas polêmicas, provocar o embate de diversas correntes de pensamento. Reeditar agora é uma questão de estratégia e segurança nacional”, concluiu o general Vieira.
.Veja imagens do lançamento:
Em rápido discurso durante o evento, que foi realizado de maneira presencial para poucos convidados, o vice-presidente do Brasil disse que o projeto “faz justiça ao nosso passado histórico, e oferece às novas gerações um conhecimento diferenciado sobre os problemas nacionais”. “As ideias constroem, as ideologias destroem”, concluiu Hamilton Mourão, valorizando a curadoria da coleção.
Apesar de não haver dinheiro público na iniciativa, o evento também foi acompanhado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, e por outras autoridades da República.
Veja entrevista com o ministro Milton Ribeiro:
História
O Instituto General Villas Bôas leva o nome do comandante do Exército Brasileiro entre 2015 e 2019. O objetivo da entidade é “lançar um olhar sobre a história do Brasil e do seu povo, buscando caminhos que contribuam para o nosso crescimento como nação e para o alcance das aspirações mais profundas e mais caras ao país”.
Villas Bôas convive desde 2016 com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e, apesar das limitações impostas pela doença, não deixou de participar do debate público nacional.