Inspirado em padre Júlio, grupo retira pedras de viaduto em Santos
“Marretaço contra o higienismo” ocorreu no dia 7 de janeiro e tentou liberar espaço sob viaduto. Grupo foi elogiado pelo religioso
atualizado
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São Paulo – Um grupo de manifestantes retirou pedras que estavam no piso sob o novo viaduto da entrada de Santos, em um evento chamado “Marretaço contra o higienismo”.
A ação ocorreu no último domingo (7/2) e foi inspirada no protesto do padre Júlio Lancellotti, em São Paulo, e veio à tona nas redes sociais neste sábado (13/2), quando o religioso elogiou a iniciativa. “É importante diminuir a arquitetura hostil”, declarou o pároco à Folha de S.Paulo.
Após a retirada de dez pedras, parte do grupo chegou a ser detido pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal, que foram chamadas após câmeras de monitoramento do município registrarem a ação.
No entanto, a mobilização de advogados ativistas conseguiu a liberação do grupo sem autuação.
Um dos organizadores da ação foi Heric Moura Rodrigues, que diz que o protesto não pode ser chamado de vandalismo. Para ele, trata-se de uma performance para chamar a atenção da população para o problema.
“A notícia do padre Júlio causou uma enorme comoção e me tocou também. Aqui em Santos também foram chumbadas essas pedras na entrada da cidade, para não permitir que as pessoas se abriguem no frio e na chuva e isso nos indignou”, declarou Rodrigues em vídeo em suas redes sociais.
Parada proibida
A Prefeitura de Santos disse que as pedras foram instaladas para coibir a permanência e trânsito de pedestres e veículos que estacionavam ali irregularmente, “garantindo a segurança do viaduto e coibindo a parada proibida”.
O protesto do padre
Padre Julio Lancelloti, que é coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, protestou contra pedras instaladas pela Prefeitura de São Paulo em um viaduto no Tatuapé (zona leste de São Paulo), no dia 2 de fevereiro.
Segundo a prefeitura, a instalação das pedras foi executada no dia 28 de janeiro sem o consentimento da gestão.
Ao Metrópoles, Lancelotti declarou que as retiradas das pedras é “uma forma de combater todo tipo de autoritarismo, imposição, tudo que é desumano e destrói a vida das pessoas. É um combate a quem desrespeita os direitos humanos e a dignidade das pessoas”.