Inspeção em Aparecida de Goiânia encontra armas, celulares e drogas
Vistoria no presídio onde ocorreram três rebeliões na primeira semana do ano foi determinada pela presidente do STF, Cármen Lúcia
atualizado
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Em inspeção realizada na manhã desta sexta-feira (12/1) no complexo prisional de Aparecida de Goiânia (GO), policiais militares do estado apreenderam várias facas, navalhas, celulares, drogas e objetos perfurocortantes possíveis de serem empregados como arma. A unidade foi palco, na semana passada, de três rebeliões. A primeira delas resultou na morte de nove detentos, pelo menos 14 feridos e mais de 100 fugitivos.
A vistoria foi organizada pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás, por determinação da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, que esteve em Goiânia, na segunda-feira (8), discutindo a crise do sistema carcerário goiano com o governador Marconi Perillo e autoridades locais de segurança pública.
Foram encontrados: 16 celulares, cinco baterias, uma fonte de PC, uma porção média e outra pequena de droga, dois pen drives, oito chips de celular, cinco pedaços de ceguetas, duas facas, 11 chuchos, uma navalha, três cachimbos, um facão, nove barras de ferro e um alicate.
Participaram da inspeção o diretor-geral de Administração Penitenciária, coronel Edson Costa; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Divino Alves, além de representantes do Ministério Público estadual, da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) e da Defensoria Pública.
“Cumprimos as duas missões que a ministra nos determinou: fazer um cronograma para as nossas tarefas dos próximos 30 dias e realizar esta inspeção com total transparência”, afirmou o coronel Edson Costa.
Costa também informou que já foram transferidos os apenados responsáveis pela rebelião ocorrida em 1º de janeiro. “Estão em presídios estaduais e o próximo passo é conduzi-los para presídios federais, conforme determinação judicial”, disse.
De acordo com o diretor-geral, a proposta é fechar a unidade. “Já estamos trabalhando nisso. Na semana que vem, devemos anunciar onde uma nova unidade será construída e quando vamos definitivamente encerrar os trabalhos aqui [na Colônia Agroindustrial de Aparecida de Goiânia]. Simbolicamente, temos que passar o trator aqui para representar o fim de um ciclo”, afirmou Edson Costa.
O coronel revelou que avalia os locais disponíveis mais adequados e as empresas capazes de entregar a futura unidade no menor espaço de tempo. Outro terreno em Aparecida de Goiânia está na mira do governo estadual e, segundo o diretor-geral, pode ser adquirido a um custo de R$ 22 milhões. (Com informações da Agência Brasil)