metropoles.com

“Insensibilidade”, diz deputada sobre veto à vigilância feminina no Degase

Governador Cláudio Castro não sancionou projeto que garantia exclusividade de agentes mulheres em centros socioeducativos de meninas no RJ

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/MPRJ
degase
1 de 1 degase - Foto: Divulgação/MPRJ

Rio de Janeiro – A deputada estadual pelo Rio de Janeiro Renata Souza (PSol) classificou como “insensibilidade política” o veto do governador Cláudio Castro ao projeto de lei que pedia que a vigilância e a custódia de mulheres privadas de liberdade fossem feitas exclusivamente por agentes femininas em unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).

O PL 2.131/2016 é de autoria da deputada estadual Tia Ju (Republicanos) e foi vetado na quinta-feira (22/7).

O veto ocorre em meio à investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de denúncias de abuso sexual em unidades do sistema, incluindo o Centro Socioeducativo Professor Antonio Carlos Gomes da Costa, a única unidade que só recebe meninas do estado.

“O veto do governador não passa de uma insensibilidade política, ainda mais neste momento em que a gente tem mulheres e meninas sendo abusadas em unidades do Degase. Me causa estranhamento, foi um veto descabido”, afirmou Renata ao Metrópoles.

No momento do anúncio, a deputada e a vereadora Thais Ferreira, também do PSol do Rio, visitavam a referida unidade, na Ilha do Governador, zona norte da capital. Elas se reuniram com a diretora da unidade, Kelly Gomes, para entenderem as diretrizes que serão estabelecidas pela nova gestão, composta somente por mulheres.

Em entrevista ao Metrópoles, a vereadora Thais Ferreira explicou que, por a gestão ter assumido há pouco tempo, é necessário um intervalo maior para ver os resultados do que está sendo projetado.

“É uma gestão recém-assumida, sem histórico daquela unidade, mas que tem bastante experiência em Degase. Conseguiram transferir as meninas de unidade em um prazo menor que o previsto e disseram que a adaptação delas foi mais tranquila. Mas o primeiro impacto não traz muita ciência para a gente do que vai acontecer. A gente precisa de um tempo maior de trabalho para entender como ela vai lidar com problemas antigos. Foi positivo por conta desta gestão experiente, feminina, o que quebra paradigmas”, afirmou ao Metrópoles.

Renata Souza ressaltou que, na visita, pôde-se ver um esforço em melhorar o local físico, mas a falta de diálogo com as meninas foi prejudicial, uma vez que as parlamentares não puderam ouvir delas o que pode ser melhorado.

“Já houve uma tentativa de reorganização do espaço físico, com obras de manutenção e melhoramentos. Isso já pudemos notar. Mas fica muito precária a nossa ida porque não conversamos com as meninas. Os protocolos para casos como estes precisam ficar mais claros. Vamos acompanhar de perto para garantir que estas meninas, sob a tutela do estado, sejam tratadas com dignidade”, disse.

Em nota, o Governo do Estado do Rio de Janeiro informou que “já cumpre a determinação da Justiça de que 70% do quadro de agentes de segurança socioeducativa em unidades femininas seja formado por mulheres”. Disse também que o Degase “criou uma nova equipe de gestão, toda formada por mulheres (direção, subdireção e coordenação de plantão), instalou 10 câmeras em locais estratégicos da unidade e providenciou reformas nos alojamentos e em espaços destinados à prática educacional, esportiva e socioeducativa”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?