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Inquérito do caso Dom e Bruno é concluído sem indicar braço político

PF chegou a investigar suposta ligação entre políticos e grupo de pesca ilegal que matou jornalista e indigenista, mas não houve conclusão

atualizado

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Foto colorida de cartaz de Dom e Bruno em Brasília - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de cartaz de Dom e Bruno em Brasília - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sbre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips sem indicar um braço político da organização criminosa responsável pelo crime.

Nos últimos dois anos, mais de dez pessoas foram indiciadas pelo duplo homicídio. Uma continuidade da investigação apontava para uma suposta ligação entre políticos da região e o chefe do grupo de pesca ilegal Rubens Dario, de apelido Colômbia, acusado de ser o mandante do crime.

Reportagem do Metrópoles de março deste ano mostrou, por exemplo, que os investigadores da PF analisavam as doações de campanha de Colômbia. Havia uma suspeita de que o dinheiro da pesca ilegal estava irrigando campanhas políticas na região do Vale do Javari, onde Dom e Bruno foram assassinados em junho de 2022.

Bruno era servidor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e estaria atrapalhando a atuação da organização criminosa na região. O mesmo grupo criminoso liderado por Rubens Dário é acusado de ter matado o servidor da Funai Maxciel Pereira dos Santos, em setembro de 2019.

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Servidor da Funai, Maxciel foi assassinado com um tiro na cabeça em 2019
Rubén Dario da Silva Villar, o Colômbia, mentor dos assassintos de Bruno e Dom
Manifestação em frente a Funai após mortes de Dom e Bruno
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Dom Phillips e Bruno Pereira

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Servidor da Funai, Maxciel foi assassinado com um tiro na cabeça em 2019

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Rubén Dario da Silva Villar, o Colômbia, mentor dos assassintos de Bruno e Dom

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Manifestação em frente a Funai após mortes de Dom e Bruno

Reprodução/ Funai

Sem parte política

Em agosto deste ano, houve uma troca do delegado responsável por essa investigação dos assassinatos de Dom e Bruno. O inquérito foi concluído contando apenas com os indiciamentos já realizados até então.

A parte da suposta ligação política com os acusados do crime não foi concluída. A reportagem pediu um posicionamento para a PF e para o Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

O ponto mais próximo de um desdobramento político na investigação do caso Dom e Bruno ocorreu quando o delegado da PF Marcelo Xavier e Alcir Amaral, presidente e vice-presidente da Funai no governo Bolsonaro, foram indiciados por omissão, sob a acusação de terem ignorado alertas sobre risco de morte feitos por servidores.

Na semana passada, o senador Omar Aziz (PSD-AM), que faz parte da base do governo Lula, chegou a declarar que existe uma “versão dada nacionalmente” sobre o crime, atrelando os homicídios a uma organização criminosa, mas que na verdade os assassinatos foram cometidos por um pescador ilegal humilhado por um funcionário da Funai.

Familiares das vítimas repudiaram a fala do senador, que pediu desculpas e afirmou ter sido mal interpretado.

Veja o vídeo:

Mandantes e executores

Conforme os indiciamentos feitos pela PF ao longo do inquérito, os papéis na execução do duplo homicídio qualificado foram distribuídos da seguinte forma:

Mandante e autor intelectual:
– Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”

Informante e braço direito:
– Jânio de Freitas de Souza, apontado como braço direito de “Colômbia”

Supostos executores:
– Amarildo da Costa de Oliveira, apelidado de “Pelado”
– Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”
– Oseney da Costa de Oliveira, chamado de “Dos Santos” e irmão de Amarildo

Ocultação de cadáver:
– Eliclei Costa de Oliveira, o “Sirinha”
– Amarílio de Freitas de Oliveira, apelidado de “Dedei”
– Otávio da Costa de Oliveira, chamado de “Guerão”
– Edivaldo da Costa de Oliveira, irmão de Amarildo
– Francisco Conceição de Freitas, conhecido como “Seu Chico”

Segundo o inquérito, além da execução de Dom e Bruno, Amarildo e Jefferson, que confessaram o crime, também teriam auxiliado na ocultação dos cadáveres e respondem pelo crime de corrupção de menores.

Em relação aos executores do crime, desembargadores da Justiça Federal de Tabatinga (AM) concluíram que não há provas concretas da participação de Oseney da Costa nos homicídios. Oseney foi liberado com monitoramento por tornozeleira eletrônica, enquanto os outros suspeitos, Amarildo e Jefferson, permanecem presos.

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